A PetCamp, maior pet shop do interior de São Paulo, projeta aumentar em 38% a receita neste ano. As taxas de crescimento superiores a 30% nos últimos cinco anos respaldam os ambiciosos planos de expansão orgânica.
Fundada em 1985 como Só Ração, a empresa deu seus primeiros passos em Campinas (SP), quando ainda eram escassas as opções de produtos para cães e gatos. Hoje sob a liderança do CEO Victor Leite, a rede tem como proposta clara ser “o bom vizinho do seu pet” e soma 95 unidades espalhadas pelo interior paulista (54 cidades) e Minas Gerais. O plano é encerrar 2025 com até 115 lojas.
A trajetória da empresa foi marcada por fusões, rebranding e expansão. Em 1997 nasceu a Pet Camp, inicialmente voltada ao atacado B2B. A virada para o varejo ocorreu em 2001, com o lançamento de uma loja física para atender tanto lojistas como consumidores finais. Em 2003, aconteceu o lançamento da Central Pet, que trouxe o foco da empresa para serviços, como banho, tosa e atendimento veterinário. Em 2005, todas as marcas foram unificadas sob o nome PetCamp.
Mesmo consolidada no setor, Leite aponta que a informalidade continua sendo o maior obstáculo da área varejista. “Nosso maior concorrente não é Petz ou Cobasi, são os informais. Empresas que não pagam impostos, vendem sem nota e reembalam produtos de forma irregular, comprometem a imagem do setor e geram riscos ao consumidor”, critica.
Apesar do cenário desafiador, a PetCamp aposta na diversidade do mix comparável às megastores, em PDVs com cerca de 350 m². “Porém, nos diferenciamos pela maior agilidade e proximidade do cliente”, acredita. A expansão para Minas Gerais, com a recente aquisição de uma loja em Uberaba, é um teste para atuar fora de São Paulo.
“A cidade já entende o pet como parte da família. Nosso foco está nesses animais que ocupam um lugar afetivo no lar, não apenas funcional. Essa percepção é, inclusive, um dos principais critérios que usamos ao escolher as regiões para onde vamos expandir. Em alguns casos, optamos por não seguir adiante justamente por perceber que ainda falta maturidade nesse quesito”, explica o CEO.
Maior pet shop do interior teve aporte milionário
Com um time de mais de 1 mil colaboradores e um centro de distribuição de 10 mil m² em Nova Odessa (SP), a PetCamp mantém apenas operações próprias. A logística eficiente garante abastecimento semanal das lojas, enquanto o e-commerce já responde por 10% das vendas.
Desde 2021, após o falecimento de seu pai e fundador da empresa, Ciro Leite, a PetCamp vem recebendo aportes de R$ 100 milhões de um fundo de investimentos gerido pelo BR Partners, com o objetivo de chegar a 200 lojas. “Apesar do capital, nosso crescimento é planejado e sustentável. A curva vem sendo construída há muitos anos”, reforça Leite.
Com previsão de crescer 38% em 2025, a PetCamp aposta em tecnologia para otimizar processos e manter o ritmo de expansão, mantendo o cenário de ser uma empresa geradora de caixa e sem dívida. “Também priorizamos a automatização de processos, com análises preditivas para vendas, reposição de estoque e gestão de tempo de armazenagem. Contamos, inclusive, com o apoio da inteligência artificial integrada ao nosso time, o que nos permite aumentar a produtividade e operar com o menor custo possível”, enfatiza.
O desafio da próxima década, segundo o CEO, será a retenção de talentos. “O varejo é porta de entrada para muitos jovens, mas é preciso entender suas motivações para garantir continuidade. Nosso foco tem sido encontrar formas de manter o time engajado, bem treinado e alinhado com o DNA da Pet Camp, garantindo menos rotatividade em nossa empresa”, finaliza Victor Leite.
| PETCAMP Fundação: 1985 Capilaridade: 95 lojas em 54 municípios da capital paulista e uma unidade em Uberaba (MG) |
