Se você é pai ou mãe de pet, é muito provável que já tenha ouvido falar sobre a doença do carrapato. Mas você sabe o que isso pode causar na vida do seu bichinho? Esse nome se refere a duas enfermidades: a erliquiose e a babesiose, ambas transmitidas pelo carrapato marrom (Rhipicephalus sanguineus).
“A erliquiose e a babesiose são as principais enfermidades que caracterizam o que se conhece popularmente como doença do carrapato. Embora ambas tenham a mesma via de transmissão e afetem as células de defesa do cão, elas agem de maneira distinta no organismo”, explica Marina Tiba, médica veterinária e Gerente de Produto da Unidade de Animais de Companhia da Ceva Saúde Animal. Segundo a especialista, essas doenças são graves e exigem tratamento imediato.
O que causa a doença do carrapato?
A erliquiose é causada pela bactéria Ehrlichia canis, que ao atingir a corrente sanguínea, afeta as células de defesa (glóbulos brancos) do sistema imunológico do animal, causando a destruição dessas células, além da possibilidade de acometer hemácias (glóbulos vermelhos) e plaquetas. A doença evolui em três fases: aguda, subclínica e crônica. Caso não tratada corretamente, o cachorro com o sistema imunológico debilitado pode falecer.
Já a babesiose é causada pelo protozoário Babesia canis, transmitida pela saliva do carrapato infectado durante a alimentação. “Essa doença destrói os glóbulos vermelhos do animal, resultando em um quadro de anemia severa. O pet pode apresentar sinais físicos e comportamentais logo após a infecção, como palidez, perda de apetite, cansaço extremo, letargia e depressão”, diz Marina.
Como é realizado o tratamento da doença do carrapato?
O diagnóstico das duas doenças deve ser realizado por um médico veterinário, que analisará o histórico do animal e poderá solicitar exames como hemograma, sorologia e PCR para diferenciá-las e direcionar para o tratamento adequado.
Para tratar a babesiose, utiliza-se um antiparasitário intravenoso que elimina o protozoário do organismo do pet, enquanto para a erliquiose, o tratamento é feito com antibióticos orais. “Mesmo que o animal apresente melhora nos primeiros dias, o tutor deve seguir o tratamento até o fim”, reforça a profissional.
Como proteger o pet?
Dado o impacto significativo da doença do carrapato, a prevenção é a melhor estratégia para manter os cães protegidos. Veja algumas medidas fundamentais:
- Uso regular de carrapaticidas como coleiras, sprays, comprimidos ou pipetas;
- Inspeção frequente do pelo, patas, axilas, orelhas e virilhas do animal, especialmente após passeios;
- Higienização do ambiente para evitar a proliferação de carrapatos;
- Consultas e exames preventivos também são importantes detectar a doença em estágios iniciais.
A conscientização dos tutores é essencial para garantir a saúde dos cães. Ao adotar medidas preventivas e manter acompanhamento veterinário regular, é possível evitar complicações graves e proporcionar mais qualidade de vida para os cães.