O mercado pet segue no centro das atenções de outros segmentos do varejo. O mais novo player a estrear operações no setor é a Shopper, supermercado online com sede em Osasco (SP) e investido pelo fundo soberano de Singapura.
A administradora Bruna Vaz e o economista Fábio Rodas uniram-se em 2015 para fundar a startup, com a proposta de facilitar a compra de itens recorrentes das famílias em supermercados. A plataforma de e-commerce funciona com base no modelo de assinatura, possibilitando que pet shops e consumidores montem sua cesta de produtos e automatizem a recorrência de entregas via delivery, por mês, quinzena ou semana.
Desde então, a empresa já obteve mais de R$ 300 milhões em captações externas de investimentos. Além do país asiático, também recebeu aportes da Minerva Foods e do fundo Quartaz, do empresário José Galló, ex-CEO da Renner. O crescimento médio anual gira em torno de 200%, mesmo com atuação restrita ao estado de São Paulo.
A Pet.Shopper representa o primeiro movimento do supermercado online para a criação de lojas segmentadas dentro da plataforma. Para isso, exigiu recursos de R$ 10 milhões e a ampliação do portfólio de produtos para animais de estimação – de 500 para 1.700. O sortimento total do e-commerce soma 10 mil itens.
Mercado pet pode gerar R$ 85 milhões para startup
A projeção da startup é alcançar, em 2024, faturamento de até R$ 85 milhões com a loja virtual para o mercado pet. “Identificamos que mais de 50% dos nossos clientes têm algum pet em casa, mas menos de 2% adquiriam produtos para seus animais na plataforma”, comenta Fábio Rodas.
O empresário avalia que o serviço de assinatura tem plena aderência com o perfil do setor pet. “É um consumo bem regrado, principalmente em relação às rações e produtos de higiene”, avalia. Embora os três líderes do mercado – Petz, Cobasi e Petlove – atuem também com esse modelo, Rodas enxerga espaço para crescer. “Esse mercado fatura R$ 40 bilhões ao ano e é muito pulverizado”, acredita.
Para atender à demanda gerada por essa nova divisão, parte dos dois centros de distribuição da startup será destinada exclusivamente ao setor. Os complexos estão situados em Osasco e no interior paulista, na cidade de Ribeirão Preto (SP).
Modelo viabiliza compras mais econômicas
O modelo de atuação da startup preconiza a negociação direta com os fabricantes. Além dos CDs próprios, a Shopper centraliza os processos de seleção, embalagem e logística. As rotas de entrega são programadas com antecedência. O formato mantém a margem da empresa e viabiliza valores de 10% a 12% mais econômicos em comparação com os supermercados convencionais.
A mesma operação será replicada para o setor pet, o que pode ser um atrativo especialmente para PDVs de pequeno porte. De acordo com dados do Instituto Pet Brasil, a Shopper entraria em um mercado cujo faturamento saltou de R$ 1,44 bilhão para R$ 4,5 bilhões em quatro anos. As transações de produtos para animais de estimação via e-commerce respondem por quase 7% das vendas efetivadas por canais online no varejo brasileiro.
