A fusão entre Petz e Cobasi volta à mesa de negociação. As duas empresas líderes do varejo pet, que juntas detêm 9% de participação de mercado, retomaram as conversas com bancos de investimentos para darem andamento à negociação.
As informações são do Valor Econômico. As redes têm cerca de 200 lojas cada, mas ainda estão muito concentradas em São Paulo. Para especialistas no varejo nacional, a nova companhia que nascer desse acordo teria fôlego para acelerar a consolidação no país e tirar espaço de pequenas e médias redes, a exemplo do que ocorreu em 2011 no mercado farmacêutico, com a formação da Raia Drogasil.
A possível fusão também seria uma resposta à turbulência vivida pelo varejo pet brasileiro, resultante de fatores como inflação, juros altos e a crise de confiança a partir do escândalo das Lojas Americanas.
De acordo com fontes do mercado, o Itaú BBA estaria assessorando a Petz nas conversações, enquanto a Cobasi conta com o suporte da Morgan Stanley. O desafio para o negócio sair envolveria a participação percentual de cada empresa e também o suposto ego dos fundadores.
No ano passado, as duas redes já teriam iniciado diálogo, mas Sergio Zimerman, CEO da Petz e dono de 26,7% das ações da empresa, teria se mostrado mais resistente. Essas mesmas fontes, inclusive, dizem que a retirada do empresário do dia a dia da gestão poderia abrir caminho para a fusão. A Cobasi, no entanto, mantém a fama de conservadora, o que também pode impor barreiras para esse acordo.
Petz e Cobasi somam 9% de market share
Petz e Cobasi somam 9% de market share, tendo respectivamente 5% e 4% de participação. A primeira colocada do setor, cujo faturamento é de R$ 2,8 bilhões, abriu capital em 2020 e captou em torno de R$ 3 bilhões à época. No ano seguinte, levantou quase R$ 800 milhões em uma oferta subsequente de ações, aplicando os recursos na expansão de lojas.
O foco da Petz é avançar no Norte, Nordeste e Centro-Oeste, onde a receita superou pela primeira vez a do estado de São Paulo em 2022. O mercado paulista, que há três anos respondia por 65% das vendas do grupo, hoje representa 54%.
Comandada pela família Nassar e com faturamento de R$ 2,6 bi, a Cobasi deixou de lado a possibilidade de abrir capital para buscar aportes privados. Com os R$ 300 milhões que recebeu do fundo Kinea, a rede acelerou seu processo de expansão geográfica. Um dos passos mais ambiciosos foi a compra da Mundo Pet, do Ceará. A companhia passou a controlar 14 lojas no Nordeste e dobrou de tamanho na região.
