A ADM Nutrição Animal, como é conhecida a Archer Daniels Midland (ADM) no mercado brasileiro, decidiu colocar à venda sua divisão de pet food no país. De acordo com informações do NeoFeed, a gigante da indústria pet norte-americana contratou o banco britânico Barclays, que está à procura de potenciais compradores.
Uma fonte que vem acompanhando esse processo revelou que a divisão de alimentos para animais de estimação da companhia no Brasil tem receita anual de aproximadamente R$ 1,1 bilhão e prejuízo em torno de R$ 100 milhões, o que posicionaria a empresa com um valor de mercado entre R$ 1 bilhão e R$ 1,5 bilhão.
Desde 2000, a ADM mantém uma planta de produção de premix, núcleos e aditivos para nutrição animal em Apucarana (PR). A companhia conta com um centro de distribuição terceirizado em Arapongas, também no Paraná. Hoje está posicionada entre as dez maiores fabricantes de rações em território nacional.
ADM Nutrição Animal convive com período turbulento…
O interesse da ADM Nutrição Animal em vender a operação brasileira coincide com um momento de turbulências. As ações globais da Archer-Daniels-Midland (ADM) chegaram a despencar 7% no último mês de novembro, após a fabricante revisar para baixo sua previsão de lucro anual e anunciar mudanças nas demonstrações financeiras passadas por conta da descoberta de novas irregularidades contábeis.
Em março de 2024, a multinacional já havia corrigido dados financeiros de seis anos anteriores. Na ocasião, uma auditoria interna comprovou incorreções nos registros de vendas entre unidades de negócios, o que motivou a abertura de investigações pelas autoridades norte-americanas e forçou a saída do diretor financeiro Vikram Luthar.
… enquanto pet food vive alta no Brasil
Mesmo a empresa querendo sair do segmento aqui no brasil, o mercado de pet food no Brasil continua em alta. Segundo a Associação Brasileira da Industria de Produtos para Animas de Estimação (Abinpet), estima-se que o mercado pet brasileiro faturou mais de R$ 77 bilhões em 2024, 12% a mais que em 2023. Do total, a categoria de alimentação pet representou R$ 42 bilhões, sendo o principal motor desse mercado.
“Esse resultado é reflexo da evolução da cadeia produtiva do setor, que cresceu quase 20 vezes nos últimos 30 anos. De 220 mil toneladas que saíram das linhas fabris em 1994, superaremos a marca dos 4 milhões em 2024”, comenta Ariovaldo Zani, CEO do Sindirações.
A companhia, no entanto, ainda não se manifestou oficialmente sobre a operação.
