O mercado pet no Brasil registra um salto impressionante no ranking global do setor. Da 7ª colocação em faturamento há dois anos, o país já alcançou o terceiro lugar e só perde para Estados Unidos e China.
Os dados integram uma análise do Banco Mundial e da Euromonitor, que considera a performance estimada do segmento nos últimos 12 meses até junho de 2023. Com receita próxima dos US$ 17 bilhões (cerca de R$ 81 bilhões), o Brasil detém 4,9% do market share mundial.
Esse resultado corresponde a 35% de crescimento em relação ao recorde de R$ 60 bilhões computado no ano passado. Desde 2021, o país ultrapassou os três mercados mais abundantes da Europa – Alemanha, Reino Unido e França –, além do Japão.
Os Estados Unidos mantêm a dominância setorial, com movimento de mais de US$ 149 bilhões e participação de 44%. A vice-líder China responde por 8,7% do total e somou vendas de US$ 29,6 bi.
Mercado pet no Brasil é destaque no top 10
(faturamento estimado em bilhões de US$)
Mercado pet no Brasil cresce com novos PDVs
O mercado pet no Brasil ganha fôlego proporcionalmente à aceleração de novos empreendimentos. De acordo com o Sebrae, o varejo pet registrou a abertura de 18,2 mil PDVs desde julho do ano passado, dos quais 15,5 mil pertencem a microempreendedores individuais.
“A pandemia foi uma virada para o setor, a partir do rápido aumento no número de animais de estimação no país. E os pequenos e médios pet shops, donos de 48% do faturamento, vêm pegando carona nesse movimento com a digitalização e reforço na entrega de serviços aos tutores”, acredita Vanessa Lima, gestora estadual do Sebrae-SP.
Gasto médio por habitante preocupa mercado pet
O Brasil também ostenta a terceira posição em contingente de animais de estimação – 149,6 milhões – e em proporção de pets por habitante. Hoje, 76% da população tem pelo menos um bichinho em casa, contra 82% da Argentina e 81% do México. Mas no quesito gasto per capita, o cenário ainda é preocupante. O país cai para o nono lugar em despesas médias.
Gasto médio por habitante no mercado pet
(em US$)
“Com base nessas estatísticas, podemos olhar o copo cheio ou vazio. Apesar de refletir barreiras que impactam na renda, como a inflação, juros e o custo-Brasil, os indicadores apontam que existe potencial de crescimento a julgar pelo rápido avanço na receita geral”, acredita Cristiano de Sá, diretor de marketing da fabricante Vetnil, que avaliou esses dados durante convenção da Andipet ocorrida entre os dias 16 e 18 de agosto em São Paulo.
A carga tributária é outro entrave para os gastos. A cada R$ 1 em vendas, o varejo pet desembolsa R$ 0,54 em impostos. “O mercado pet ainda é considerado uma atividade supérflua, o que torna as alíquotas de ICMS, IPI e PIS/Cofins maiores em comparação com os itens da cesta básica”, comenta José Edson Galvão de França, presidente executivo da Abinpet.
