A fusão da Petz e Cobasi deve ser aprovada, sem nenhuma restrição, pela Superintendência-Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) ainda esta semana. É o que revelaram fontes ouvidas pelo portal Brazil Journal.
A conclusão foi que a nova companhia terá em torno de 28% de concentração de mercado em nível nacional. A autarquia excluiu da conta as vendas online e nos supermercados, ao delimitar o nicho de atuação das duas redes de pet shops.
Segundo uma fonte, o Cade só teria alguma sinalização contrária ao negócio se as duas empresas passassem a deter 40% de participação. “E mesmo assim, varia de caso a caso. Pode ser que a concentração seja superior a 60%, mas que seja um mercado com baixa barreira de entrada ou com um concorrente muito forte que não permite aumentos grandes de preço”, revelou.
O acordo entre a Petz e a Cobasi foi fechado em meados de agosto do ano passado. Mas foi só em fevereiro que as companhias enviaram as informações exigidas pela autarquia. Na análise, a Superintendência-Geral usou o critério do tempo de deslocamento, o mesmo utilizado para supermercados e outros varejistas. Isso significa que o órgão avaliou as lojas de produtos pet que exercem concorrência com as duas gigantes do setor em raios de deslocamento de dez a 15 minutos.
Petlove deve entrar com recurso contra fusão da Petz e Cobasi
A expectativa, agora, é que a Petlove entre com um recurso contra a decisão do Cade no prazo regulamentar de 15 dias. O Cade já havia acatado o pedido da empresa e autorizado sua participação no processo de análise do negócio, no papel de terceira interessada. Na visão da varejista, o novo negócio forçaria uma pressão anticoncorrencial não apenas sobre outras empresas do varejo pet, mas também se estenderia a consumidores e fornecedores.
Diego Dahas, presidente da Associação Nacional dos Distribuidores do Mercado Pet – Andipet, reconhece e valoriza a iniciativa da Petlove. Segundo ele, a entidade compartilha das mesmas preocupações quanto aos impactos dessa operação sobre os pequenos e médios distribuidores e varejistas. “Isso reforça a importância de manter um mercado equilibrado e competitivo, essencial para a diversidade de serviços e produtos oferecidos aos tutores de pets em todo o país”, analisa.
O executivo conta que a fusão é um tema recorrente e sensível entre os distribuidores. “Na Andipet, que hoje representa 64 empresas associadas em todo o Brasil, há um consenso contrário à fusão. A preocupação é legítima, pois a nova companhia pode comprometer a livre concorrência, concentrar poder de mercado e enfraquecer a diversidade de canais, afetando diretamente os pequenos e médios varejistas “, comenta.
Se a Petlove contestar a decisão, o caso será encaminhado para o tribunal do Cade. “Mas a decisão não deve mudar no tribunal. É um caso muito simples, que não tem muito espaço para dúvidas”, disse outra fonte ao Brazil Journal