Antes da domesticação, os cães selvagens eram comuns ao redor do mundo inteiro. Muito foi passado até que esses animais se adaptassem a conviver com seres humanos dentro de casas ou apartamentos. Diversas evoluções nas raças e adaptações a necessidades tiveram de acontecer, porém alguns dos cães ainda continuam selvagens por aí. Assim como os pets são os melhores amigos do homem, estes são os melhores amigos da natureza, com hábitos próprios e bastante distintos do que um animal de estimação costuma fazer.
Devido a fatores como a exploração humana e o aquecimento global, muitos desses animais estão correndo riscos de extinção. Na matéria de hoje abordaremos quatro raças de cães selvagens, incluindo informações sobre suas histórias, hábitos e necessidades. Vamos conferir quais são essas raças? Role para baixo!
Quatro raças de cães selvagens ao redor do mundo
Cães cantores de Nova Guiné
Considerados extintos há mais de 50 anos, foram encontrados novamente em seu habitat natural em 2016. Para descobrir que eles ainda perduravam pela Nova Guiné, uma equipe de expedição foi ao local e estudou 15 cachorros que lá estavam, totalmente selvagens e sem um tutor. Dois anos depois o acompanhamento foi realizado novamente, coletando amostras sanguíneas e estudando os animais para confirmar se existia alguma relação daquele grupo com os cantores de Nova Guiné.
Por meio dos estudos, os pesquisadores confirmaram que os cães das montanhas avaliados faziam parte da espécie que originou os cães selvagens. Consequentemente, hoje, existem cerca de 300 cantores de Nova Guiné ao redor do mundo, e até hoje ainda são destacados pela potência dos sons emitidos. Uivam como se fosse um lobo, e seu latido é estridente como um cântico, relembrando até uma baleia-jubarte.
Cachorro-vinagre
Também conhecido como cachorro-do-mato-vinagre, este é um cachorro tradicional da Amazônia. O brasileiro também integra a fauna de outros países da América do Sul, como Venezuela, Colômbia, Peru, Guianas e Equador, sendo um predador dominante em todos eles. Alguns de seus pratos preferidos são gambás, patos, rãs, cutias e pacas. Esses cães selvagens costumam viver em matilhas familiares grandes, incluindo até dez animais.
Eles são considerados a menor espécie de canídeo silvestre existente no Brasil, medindo por volta de 30 cm e pesando 6 kg. Por conta disso, são predadores ágeis, ferozes e eficientes na fauna em que estão inseridos. A raça existe também na Mata Atlântica, sendo considerada rara na América do Sul e corre até o risco de ser extinta.
Mabeco
O mabeco é um dos mais emblemáticos dos cães selvagens. Original da África, ele só vive em zonas de savana e vegetação esparsa, sendo considerado o predador mais eficiente do continente. Surpreendentemente ele atinge 80% de sucesso em suas caças, e até pelo seu poder, estima-se que existam quase 7 mil desses no mundo inteiro.
Essa raça de cães selvagens foi considerada perigosa por muito tempo, e por conta disso, as caças contra eles foram constantes por um vasto período, chegando ao risco de extinção. Recentemente, foi descoberto que os mabecos têm um sistema de democracia para decidir o momento exato das caças, em que a matilha se reúne e se comunica de uma forma um tanto peculiar. Em meio a uma assembleia, eles utilizam um espirro sonoro para votar e decidir qual será a próxima pedida do grupo.
Dingo
Diretamente da Austrália, esses cães selvagens são os maiores predadores terrestres do país, pesando entre 13 e 20 quilos e alcançando os 55 centímetros de altura. Esse é um daqueles cachorros grandes, e diferentemente dos pets, têm alimentação variada: de insetos a búfalos. Geralmente, conseguem viver bem em desertos, montanhas e florestas tropicais.
Os dingos são caçadores natos, e costumam atacar plantações e comer gados, ameaçando os bens de pessoas interessadas e envolvidas com os assuntos. Por conta disso, eles ainda correm risco de extinção, já que são muito caçados por seres humanos, em sua maioria criadores de gado e agricultores. Essa raça não costuma latir tanto, é mais silenciosa e sagaz, sendo um cão bastante curioso.
Gostou deles e quer domesticar um cão selvagem?
Nem pensar! Essas espécies não passaram pelo processo de domesticação, e não são consideradas selvagens à toa. Por exemplo, domesticar um cachorro-vinagre no Brasil gera apreensão do animal por conta da polícia ambiental. Seu ambiente deve ser respeitado, e eles só poderão se tornar animais de estimação se, e somente se, passarem por todo o processo da espécie para isso, que dura muitos anos, assim como foi com os cães que vivem em casas hoje em dia.
