Carne de laboratório para pets vira realidade no exterior

Produto não contém hormônios e esteroides muitas vezes encontrados na carne

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CARNE DE LABORATÓRIO

A venda de carne de laboratório para pets já está disponível no exterior. Com sede em Londres, no Reino Unido, a startup Meatly se tornou a primeira empresa no mundo a obter aprovação regulatória para o uso deste tipo de carne em alimentos para animais de estimação.

O produto, chamado Chick Bites, é feito com ingredientes vegetais e carne cultivada, produzida a partir de uma única amostra de células retiradas de um ovo de galinha – o que, segundo a empresa, é suficiente para gerar “uma quantidade infinita de carne”.

Esse processo consome menos recursos naturais e emite menos carbono em comparação com os métodos tradicionais de produção de carne. Além disso, não requer criação ou o abate de animais. Segundo o professor Andrew Knight, da Universidade de Winchester, cerca de 20% de toda a carne consumida no mundo é por animais de estimação, não por humanos.

Pet food com carne de laboratório é vendida por uma gigante varejista

O crescente interesse dos tutores pelos cuidados com seus animais de estimação tem feito com que as empresas busquem soluções mais sustentáveis e éticas para a alimentação dos pets.

Nesse contexto, as alternativas à carne, tanto para consumo humano quanto para animais, têm se tornado cada vez mais populares, como produtos à base de plantas. Mas esses utilizam proteínas como soja ou ervilha para imitar o sabor e a textura da carne real.

A carne cultivada em laboratório ainda não está amplamente disponível, principalmente devido à necessidade de aprovação regulatória, aceitação do consumidor e ao custo elevado. Segundo Owen Ensor, fundador da Meatly, o valor para produzir um quilo de frango cultivado em laboratório gira em torno de 30 libras (aproximadamente R$ 210). A expectativa é que, em breve, o custo caia para valores entre 5 e 10 libras (entre R$ 35 e R$ 70).

O alimento está sendo produzido em colaboração com a marca de pet food The Pack. Por enquanto, está disponível em apenas uma das lojas da rede Pets at Home, que conta com 457 unidades no Reino Unido e foi uma das investidoras da Meatly.

Características do petisco

As células cultivadas em laboratório recebem uma mistura de aminoácidos, vitaminas e minerais, e a carne resultante possui a consistência de “patê de frango”. Embora seja produzida de forma diferente, ela é nutricionalmente equivalente à carne real, mas sem a presença de esteroides, hormônios ou antibióticos. A novidade também contém aminoácidos, ácidos graxos, minerais e vitaminas necessários para a saúde dos animais domésticos.

O uso de carne cultivada em laboratório já é permitido em alguns países, como os Estados Unidos (exceto nos estados da Flórida e Alabama), Israel e Singapura. Por outro lado, em 2023, a Itália se tornou o primeiro país a proibir a venda do produto. Enquanto os defensores apontam para benefícios ambientais, os críticos dizem que a carne cultivada é cara e pode prejudicar a agricultura.

Agora, a Meatly planeja levantar fundos para expandir a produção e tornar seu frango mais acessível nos próximos três a cinco anos. “A apenas dois anos, isso parecia uma viagem à lua. Hoje, decolamos. É um salto gigante em direção a um mercado significativo para carne que seja saudável, sustentável e gentil com nosso planeta e outros animais”, diz Owen Ensor, fundador da startup, ao jornal britânico The Guardian.

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