
Você sabia que o Brasil tem a terceira maior população pet do mundo? Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet), os cães lideraram os lares brasileiros, com cerca de 60 milhões.
As aves aparecem em segundo lugar, totalizando 40 milhões, seguidas pelos gatos, com 30 milhões. Já os peixes ornamentais ocupam a quarta posição, somando 20 milhões.
Esses números refletem o impacto da pandemia. De acordo com uma pesquisa da Radar Pet realizada em 2021, o isolamento social impulsionou um aumento de 30% no número de animais de estimação nas casas.
A psicóloga clínica Alessandra Petraglia explica que a interação e o convívio com animais liberam oxitocina, conhecida como “hormônio do amor”, que pode gerar a sensação de relaxamento e bem-estar ao tutor.
“Interagir com os animais pode trazer a sensação de presença constante. O pet oferece companhia emocional e alivia os sintomas da ansiedade e da solidão. Também combate e previne a depressão porque traz uma rotina, uma estrutura diária ao tutor do animal, promovendo um senso de responsabilidade”, acrescenta a especialista.
“Eles são parte da família e têm uma interferência muito positiva na nossa saúde mental”, diz Marcos Ribeiro, psicólogo que possui dois gatos. A médica veterinária Fabieni Okiyama, que trabalha no Hospital Veterinário da Universidade de Brasília, destaca que, “quando os animais fazem parte da família”, essa integração é chamada de “família multiespécie”.
Direitos à população pet
O Senado caminha junto com esse novo modelo de família, garantindo direitos aos tutores e aos próprios animais. Em dezembro de 2024, foi sancionada a lei que cria o Cadastro Nacional de Animais Domésticos, onde concentrará, em um banco de dados, informações sobre o pet e o dono, que poderão servir para decisões futuras e questões sanitárias.
“O Brasil é apontado como um dos países com mais animais de estimação. E isso só faz aumentar; é uma tendência da vida moderna. Nos grandes centros urbanos, quem mora sozinho busca no pet uma companhia, e muitos jovens casais adotam pets antes de tomarem a decisão de ter filhos”, afirma o senador Jorge Kajuru (PSB-GO), autor da proposta.
Após o acidente no transporte aéreo do cãozinho Joca, os senadores apresentaram diversos projetos para garantir a segurança dos animais durante viagens. Em abril, o golden retriever do tutor João Fantazzini morreu após um erro da companhia aérea Gol, que deveria levar o cão de São Paulo para Sinop, em Mato Grosso, mas foi enviado para Fortaleza.
No final do mês de outubro, o governo federal apresentou novas diretrizes para tornar o transporte de animais em aviões no Brasil mais seguros. Entre as novas regras estão:
- Rastreabilidade dos animais com sistema que permite acompanhar em tempo real a viagem;
- Suporte veterinário em aeroportos, para assistência emergencial aos pets transportados;
- Canal de comunicação com tutores, que além de tratar regras de transporte, fornece atualizações sobre como está o voo;
- Padronização da forma de transporte, focando no bem-estar e segurança do animal em todo o trajeto;
- Implementação de serviços exclusivos de segurança, o que previne acidentes
Além disso, as regras já antes estabelecidas pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), como transporte de cães-guias obrigatório segue em vigor, deixando a cargo da empresa a decisão do transporte de outros tipos de animais de assistência, como os de apoio emocional.