As principais notícias do mercado PET e VETERINÁRIO ao seu alcance

Setor pet sofre com alta no preço de commodities

Acompanhe as principais notícias do dia no nosso grupo do Whatsapp

alta no preço de commodities

Apesar de não sofrer com desabastecimento ou com falta de compradores desde o começo da pandemia, o mercado pet atravessou 2021 ainda sob efeitos adversos. E a alta no preço de commodities tem especial impacto sobre o setor.

O faturamento de R$ 35,8 bilhões, crescimento de 32,3%, não significa crescimento real do setor. De acordo com a Associação Brasileira de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet) notadamente a produção de pet food tem absorvido o avanço do preços das commodities no mercado internacional, influenciados também pela cotação do dólar.

Alta no preço de commodities

Entre 2020 e 2021, a soja, por exemplo, teve alta de 40%. Milho, 57% e o trigo processado, 21% de alta. Já as proteínas de origem animal chegaram a registrar mais de 160% de aumento. “A indústria atende um mercado resiliente. Dessa forma, as famílias que mantêm pets em casa não deixam de comprar os produtos, mesmo quando são obrigadas a optar por um produto mais em conta”, comenta o presidente-executivo José Edson Galvão de França.

Segundo ele, para não penalizar demais o consumidor, o setor tem absorvido muito da alta dos custos. “Dessa forma, estamos em um cenário de estagnação. As empresas têm dificuldade em crescer, aumentar o parque industrial ou a geração de empregos pois há pouco espaço para investir”, acrescenta.

Números da indústria pet por segmento

O alimento completo industrializado (pet food) representa 78% da receita (R$ 28,1 bilhões); produtos veterinários (pet vet), 15% (R$ 5,3 bilhões) e produtos de higiene e bem-estar animal (pet care), 7% ou R$ 2,3 bilhões. Os dados não levam em conta as movimentações de serviços gerais, serviços veterinários e venda de animais.

O balanço completo do ano de 2021 calculado pela Abinpet confirma o crescimento do pet food na casa dos 33%, mas a defasagem em relação aos preços das matérias-primas é de cerca de 40%. Ou seja, para os produtores de alimento completo para animais de estimação, os gastos cresceram mais do que o faturamento. “Mesmo com o aumento de 15% na produção em 2021, chegando a 3,62 milhões de toneladas, os custos pressionam muito o setor”, comenta França. Outros segmentos registraram crescimento de faturamento, isoladamente, de 14% (pet care) e 11% (pet vet).

Tributação ainda é gargalo

Para a Abinpet, uma das alternativas do setor frente à alta do dólar e o custo das commodities seria a diminuição da carta tributária imposta ao setor. O total corresponde a 51,2% (para pet food, produto mais procurado, é 54,2% sob o valor total), fazendo com que o crescimento real do setor seja baixo ou mantenha a indústria estagnada.

Mercado internacional

Cresceu o volume de produtos enviados pela indústria pet brasileira para fora. De 2020 para 2021, a alta foi de 33%, impulsionada principalmente pelo pet food, 95% das exportações. Ao todo foram exportados US$ 412,5 milhões ante os US$ 310,5 milhões de 2020. O crescimento é relevante principalmente quando comparado com o valor registrado ainda em 2019, US$ 295 milhões. O pet care representa 3% das remessas, animais vivos 1,5% e pet vet 0,5%. As importações brasileiras de pet food chegaram a US$ 14,8 milhões em 2021, alta de 58,7% em relação a 2020. Os principais fornecedores foram Áustria, Hungria e Tailândia. O produto é destinado à alimentação de cães e gatos, acondicionado para venda a retalho.

Fonte: Panorama Pet Vet

Mais lidas

OUTRAS NOTÍCIAS