Principais riscos da obesidade canina

A obesidade canina é um problema bastante comum. Segundo uma pesquisa da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ-USP), cerca de 40% dos cachorros que vivem no estado de São Paulo estão acima do peso. Do ponto de vista mundial, esse índice pode chegar a 50%.

Para Marina Tiba, médica veterinária e gerente de produtos da unidade de animais de companhia da Ceva Saúde Animal, a obesidade é um fator de risco que pode agravar problemas cardíacos, endócrinos, dificuldades respiratórias e articulares. “Além disso, o excesso de peso pode reduzir a expectativa de vida do animal significativamente”, alerta a profissional.

Principais causas da obesidade canina

Entre as causas mais comuns da obesidade canina está a predisposição genética ou excesso de alimentação. “Assim como ocorre com os seres humanos, a obesidade em cães é resultado de um desequilíbrio entre o consumo e o gasto de energia. Cachorros sedentários e com hábitos alimentares inadequados têm maior tendência a acumular gordura”, pontua.

Algumas raças de cães, como labrador, rottweiler, golden retriever, beagle, pug e dachshund (salsicha), têm tendência a ganhar peso, precisando de cuidados redobrados com a dieta.

“Independentemente da raça, a adoção de uma rotina com atividades físicas, como passeios e brincadeiras, é essencial para manter o pet saudável. Também é fundamental fornecer uma nutrição balanceada, de acordo com as orientações de um médico veterinário de confiança”, afirma a veterinária.

Como identificar o sobrepeso no seu pet

Os primeiros sinais de obesidade costumam ser a perda da definição da cintura do pet e a dificuldade em sentir suas costelas ao tocá-lo. Cachorros acima do peso também podem apresentar fadiga, menor disposição para passeios e brincadeiras e, em casos mais graves, dificuldades respiratórias.

Principais problemas relacionados à obesidade

Dificuldade respiratória

Pet com dificuldades para respirar podem apresentar sinais como respiração curta e rápida, falta de ar e ruídos respiratórios. Em cães braquicefálicos (com focinho achatado), os impactos são ainda mais graves.

Doenças cardiovasculares

O acúmulo de gordura no organismo pode fazer com que produza substâncias inflamatórias que afetam vasos sanguíneos, dificultando a circulação e aumentando o risco de doenças cardíacas. Fique atento a sinais como intolerância ao exercício, falta de energia, diminuição do apetite e emagrecimento.

Doenças endócrinas

O ganho de peso contribui para o surgimento de doenças como diabetes e hiperlipidemia (aumento dos níveis de colesterol e triglicerídeos) que exigem tratamento continuo.

Problemas articulares

Animais com excesso de peso sobrecarregam suas articulações, o que pode levar ao desenvolvimento da osteoartrite canina, uma doença degenerativa que provoca dor crônica e limita a mobilidade do animal.

Estresse térmico

Cães obesos têm mais dificuldade para regular a temperatura corporal, o que intensifica o desconforto nos dias quentes. O excesso de peso também pode causar dificuldades respiratórias, tornando o calor ainda mais difícil de suportar.

Queda da imunidade

O excesso de gordura corporal pode desencadear inflamação crônica, enfraquecendo o sistema imunológico e tornando os cães mais vulneráveis a infecções e outras doenças.