Foi protocolado o projeto de lei (PL) que institui o Dia Nacional das Zoonoses, a ser celebrado anualmente no dia 6 de julho. O evento de lançamento ocorreu no Congresso Nacional no último dia 10, e contou com a presença do deputado Zacharias Calil (União-GO), autor da proposta, além de representantes do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Saúde Animal (Sindan).
A criação da data prevê conscientizar os brasileiros sobre doenças zoonóticas – aquelas transmitidas entre animais e humanos – e promover ações de prevenção e controle em todo o país. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 60% das infecções humanas são causadas por vírus, bactérias ou parasitas que têm origem em animais. Estima-se ainda que existam mais de 200 tipos de zoonoses, incluindo a AIDS, causada pelo vírus HIV, o vírus Ebola, a gripe e a Covid-19.
A incidência dessas doenças é influenciada principalmente pela proximidade entre animais selvagens e domésticos, condições ambientais vulneráveis, fatores socioeconômicos e deficiências nos sistemas de saúde e saneamento.
Dia Nacional das Zoonoses pretende conscientizar sobre doenças
Durante coletiva de imprensa, Carolina Anjos, diretora de Assuntos Corporativos da Boehringer Ingelheim, explicou que a nova data permitirá a realização de campanhas de esclarecimento, exames e ações educativas e preventivas.
“Trazer a relevância desse tema para a esfera pública nos ajuda a prevenir epidemias de doenças infecciosas em animais de companhia e de produção e é fundamental para proteger a saúde de todos. A iniciativa reforça que a saúde humana e o animal estão interconectados”, avalia.
Além das campanhas educativas, a nova data permitirá que o governo federal ilumine locais públicos na cor verde, destacando a importância da prevenção de zoonoses, que afetam a saúde pública, a economia e o meio ambiente.
Dia Mundial das Zoonoses também é lembrado em julho
A escolha da data nacional coincide com o Dia Mundial das Zoonoses, estabelecido pela OMS em memória ao primeiro uso da vacina contra a raiva, em 1885.
No Brasil, a primeira medida de controle de zoonoses foi a construção de canis públicos nas principais capitais na década de 1960. Atualmente, doenças como raiva, leishmaniose, doença de Chagas e febre amarela continuam sendo desafios para a saúde pública no país. Um estudo publicado em 2022 na revista Science Advances revelou que dois terços dos estados brasileiros têm risco de médio a alto para surtos de zoonoses.
