Em meio a bons momentos, o mercado pet passa por considerável desaceleração. Entretanto, isso não significa que o setor esteja em baixa, e a oferta de serviços personalizados se destaca como uma das principais responsáveis pelo balanço. As informações são do Jornal O Tempo (MG).
Apesar da diminuição na projeção de faturamento de 4,3% em relação ao ano anterior, em 2023 a estimativa é cinco vezes maior que a previsão do Produto Interno Bruto (PIB), equivalente a cerca de 2,5%.
De acordo com dados do Instituto Pet Brasil (IPB), atualmente existem 105 mil empresas envolvidas com a criação de animais pelo Brasil. Além disso, negócios de higiene e beleza, pet shops, grandes redes de comércio e demais organizações contribuem para uma previsão de faturamento de R$ 67,4 bilhões até o final do ano.
Oferta de serviços nas grandes redes
Pet shops de pequeno e médio porte são responsáveis por 48,9% da movimentação de renda no varejo pet. Porém, no comércio eletrônico, as grandes redes se destacaram frente às menores, apresentando um faturamento de R$ 935 contra R$ 859 milhões no ano passado, segundo o IPB. O Grupo Petz é um dos principais nomes do momento, tendo faturado, apenas no segundo trimestre de 2023, 18% a mais do que em 2022.
Em entrevista ao portal O Tempo, a empresa deixou claro que boa parte vem da performance do faturamento de produtos Petz Standalone (apenas a Petz), representando uma alta de 16,2%. “Nos últimos dois anos o foco do Grupo Petz tem sido acelerar o crescimento da receita e formar um ecossistema de soluções e serviços integrados para o mercado pet. Por isso, adquirimos novas empresas como Zee.Dog, Cansei de ser gato, Cão Cidadão e Petix”, conta Rodrigo Cruz, VP Varejo e Comercial do Grupo Petz.
Embora a principal fonte de faturamento seja a categoria de alimentos, a Petz agora volta olhares para o desenvolvimento de novos produtos e serviços, que incluem farmácia, acessórios e brinquedos.
Alta carga tributária freia o mercado
Já Nelo Marracini, presidente do Conselho Consultivo do Instituto Pet Brasil, acredita que a o que interrompe o crescimento do mercado pet, em geral, é a alta carga tributária nos alimentos dos animais. “A tributação sobre esses produtos é igual à de bebidas ou cigarros, alcançando 51,2% de tributos no valor final. Somos o país com a maior carga tributária do setor”, afirma.
“Os animais de estimação são considerados membros da família, e, por isso, já passou da hora de o governo federal considerar a alimentação pet como item de primeira necessidade”, finaliza.