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Imposto de importação gera embate entre Petz e indústria

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Imposto de importação gera embate entre Petz e indústria
Divulgação Petz

A isenção do imposto de importação, autorizada pelo Brasil nas vendas de até US$ 50 efetuadas por sites estrangeiros, vem provocando um embate público no mercado pet.

Sergio Zimerman, fundador e CEO da Petz, é um dos empresários contrários a essa medida. Porém, em entrevista à Folha de S. Paulo, ele fez severas críticas à indústria por se omitir nesse debate. Os questionamentos foram dirigidos especialmente ao presidente da Fiesp, Josué Gomes da Silva.

“Por que Josué e Fiesp se calam?”, afirmou. Na sua visão, manter os ­­e-commerces do Exterior livres dessa carga tributária tem efeito destruidor tanto para o segmento industrial como para o varejo, o que exigiria a união dos dois setores.

O empresário levou ao presidente Lula a preocupação com o cross-border, como é chamada essa modalidade de isenção. Zimerman é um dos integrantes da comissão de assuntos econômicos do conselhão formado pelo governo federal em maio do ano passado.

Isenção do imposto de importação pode eliminar 500 mil empregos

A isenção do imposto de importação, se não for revertida, pode gerar a perda de pelo menos 500 mil empregos em dois anos. O CEO da Petz apresentou à Presidência da República essa projeção alarmante durante evento realizado em Brasília (DF) no último dia 12 de dezembro.

“Por que as indústrias, que deveriam estar sendo representadas, não estão sendo? Eu adoraria saber a resposta. São inegáveis os laços que unem o Josué ao presidente Lula. Por que não são usados esses laços para resolver um tema que está destruindo a indústria?”, contestou.

A preocupação de Zimerman antecede ao governo Lula. O empresário já havia questionado o ex-ministro Paulo Guedes a respeito do tema, mas não obteve sucesso.

“Na minha concepção, o governo Bolsonaro cometeu um erro gigante de elevar essa isenção de US$ 500 para US$ 1 mil. É uma renúncia tributária que favorece a empresa que opera os aeroportos e prejudica o comércio brasileiro”, comenta.

“Imagine que as empresas brasileiras, ao verem que isso não será resolvido, tomem a decisão de não mais continuar pagando 100% de impostos. Então, instalam uma base na Argentina, Paraguai, Uruguai, China e passam a atender os consumidores a partir destes países. Montam centros de distribuição em outro mercado, se beneficiam da lei que diz que só precisam pagar 17% de ICMS e vão vender muito mais barato para os consumidores”, observa.

Na sua opinião, esse resultado pode ser vantajoso para o consumidor. “Mas, como estrutura de país, prejudica geração de imposto, emprego, investimento em novas lojas e indústrias. O movimento do cross-border acaba com a intermediação do varejo. Pega essa fábrica da China para vender direto ao consumidor por uma plataforma que tem incentivos do governo chinês”, conclui.

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