
Na última quarta-feira de abril, é celebrado o Dia Internacional do Cão-Guia, uma data dedicada a reconhecer o trabalho desses animais incríveis, que oferecem muito mais do que companhia: eles proporcionam autonomia, liberdade e inclusão a pessoas com deficiência visual.
Dia Internacional do Cão-Guia: como os cães se tornam guias?
Tornar-se um cão-guia exige treinamento especializado e intensivo desde os primeiros meses de vida. Esses animais são selecionados com base em critérios como temperamento equilibrado, inteligência, obediência e disposição para o trabalho.
“O treinamento começa ainda na fase de filhote. Eles aprendem comandos variados — como caminhar em linha reta, desviar de obstáculos e até identificar sinais de trânsito. Depois disso, o cão é cuidadosamente combinado com seu futuro tutor, levando em conta o estilo de vida, a personalidade e as preferências de cada pessoa”, explica Marina Meireles, médica veterinária comportamentalista do centro veterinário Nouvet, em São Paulo.
Mais do que seguir comandos, os cães-guias também são capazes de tomar decisões independentes, sempre priorizando a segurança do tutor. Eles avaliam quando é seguro atravessar uma rua ou como evitar obstáculos inesperados, garantindo a mobilidade em ambientes urbanos com confiança e autonomia.
Além da ajuda prática, esses cães proporcionam apoio emocional, aumentando a autoestima e a sensação de segurança de seus tutores. “O papel desses pets vai muito além da assistência física. Eles possibilitam que pessoas cegas ou com baixa visão vivam com mais independência e se integrem plenamente à sociedade, desafiando estereótipos e preconceitos”, reforça Marina.
Como devemos agir perto de um cão-guia?
Apesar da aparência amigável, é importante lembrar que um cão-guia está em serviço quando está com seu tutor. Por isso, por mais tentador que seja interagir com eles, algumas regras devem ser seguidas:
- Não acaricie nem ofereça comida
- Não chame a atenção do cachorro
- Nunca tente guiá-lo ou tocá-lo sem autorização
“Esses cuidados são essenciais para que o cão possa se concentrar em sua principal missão: ajudar seu tutor a se locomover com segurança”, ressalta.
E quando chega a hora da aposentadoria?
Cães-guia costumam se aposentar entre os oito e 10 anos de idade, ou antes, caso tenham alguma condição de saúde que impeça o trabalho. Quando isso acontece, eles podem ser adotados por novas famílias ou participar de programas de reabilitação.
Se o tutor optar por manter o cão aposentado ao lado de um novo cão-guia, é necessário um processo de adaptação para que ambos entendam seus novos papéis dentro da casa.