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Brasileiros criam método pioneiro para castração de cães e gatos

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Brasileiros criam método pioneiro para castração de cães e gatos

Um projeto elaborado pelo Instituto de Ciências Biológicas (IB) da Universidade de Brasília (UnB)  promete revolucionar a castração e cães e gatos por meio de um processo não cirúrgico, mais rápido e simples. As informações são do Secom UnB.

A iniciativa é coordenada pela professora Carolina Madeira Lucci e já teve seus primeiros resultados publicados em dois periódicos internacionais, o Nanotoxicology e o Pharmaceutics. Veterinária e tutora de quatro cachorros e dois gatos, todos resgatados das ruas, ela se preocupava com o aumento do número de animais abandonados e buscou aplicar seus conhecimentos em busca de uma solução.

“A castração cirúrgica dos animais (seja macho ou fêmea) é extremamente eficiente, mas não é rápida nem de fácil acesso”, explica a professora. “Exige infraestrutura e profissionais habilitados. Então pensei: será que a gente não pode simplificar, desenvolver um método que não seja cirúrgico e que funcione?”, lembra.

A escolha foi trabalhar com machos, pela facilidade de acesso às gônadas, ou seja, aos testículos. Além de estarem localizados fora do abdômen, possuem uma sensibilidade maior ao calor – temperaturas elevadas causam danos no processo de produção dos espermatozoides.

Os experimentos até o momento foram feitos em ratos, e os resultados foram positivos: os animais ficaram estéreis em definitivo com apenas uma sessão de tratamento, sem efeitos colaterais. A partir deste mês serão iniciados os testes com gatos.

“A nossa ideia é aplicar a técnica primeiro em gatos porque eles têm uma reprodução aceleradíssima, e depois em cachorros. Além disso, os gatos têm um tamanho mais fácil de trabalhar, enquanto os cachorros variam muito em relação ao porte, o que requer uma adaptação do método”, afirma a professora.

Como funciona o processo de castração de cães e gatos

O procedimento é simples de realizar e não exige acompanhamento posterior. Consiste na injeção de nanopartículas de óxido de ferro no testículo do animal, que deve estar sedado. A partir daí, podem ser adotadas duas técnicas de esterilização: por meio da aplicação de um campo magnético (magnetohipertermia) ou de uma luz de LED (fotohipertermia).

No caso da magnetohipertermia, o campo magnético externo é aplicado na região dos testículos e as nanopartículas injetadas geram calor apenas no local da aplicação. Já na fotohipertermia, utiliza-se um LED infravermelho para que as nanopartículas transformem a luz em calor e promovam a esterilização. Nos dois procedimentos, a temperatura chega aos 45 graus, aproximadamente, e não causa queimaduras nos animais.

Os processos duram em torno de 20 minutos, período no qual o animal permanece sedado. “A vantagem é que, como eu não estou fazendo nada cirúrgico, não preciso acompanhar esse animal depois (não preciso tirar pontos nem aplicar antibiótico). A cirurgia expõe o animal a micro-organismos, e ele pode desenvolver uma infecção. Neste tratamento, isso não acontece”, esclarece Carolina.

A técnica da magnetohipertermia aplicada à castração de cães e gatos teve o caráter inovador reconhecido e foi patenteada em 2020. O servidor José Luiz Jivago atua como médico veterinário na UnB e foi o primeiro aluno a fazer parte do projeto. Ele destaca o rigor ético da pesquisa: “O método é viável e completamente humanitário. Foi aprovado pela Comissão de Ética e a gente consegue ver que não está colocando o animal em sofrimento desnecessário, e além disso, promove um controle do excesso populacional dos animais”.

Fonte: Panorama PetVet

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