Gatos tricolores têm influência no sexo?

Dentre as máximas do mundo animal, uma das maiores é a de que gatos tricolores são sempre fêmeas. É fato que muitas condições específicas dos animais são frutos de alguma mutação genética que ocorreu em sua vida e pode não seguir à risca o que é esperado de um felino padrão. Os casos falados de que gatos brancos são surdos, ou de que siameses são vesgos, são exemplos disso, tão quanto os tipos de pelagem, cor, e tamanhos que fogem do comum.

Pode se dizer que, em algumas vezes, isso gera uma nova raça de animal. Se ele nascer em um grupo que segue um padrão genético, e se diferenciar por alguma mutação, isso pode acontecer. Gatos como o scottish fold e o cornish rex, e até cães como o biewer terrier ou um pitbull com pelo longo, por exemplo, são provas da maneira como surge uma nova raça apenas por uma mutação.

O caso dos gatos tricolores, por uma combinação dos cromossomos X e Y, do pai e da mãe, é marcado por determinar se o filhote será macho ou fêmea. Não se trata exclusivamente de uma mutação, apenas do que foi transmitido pelos membros familiares. Informações do Canal do Pet revelam melhor o significado das cores de um felino e sua relação com seu sexo. Confira tudo sobre o assunto.

Gatos tricolores são influenciados pelos genes e cromossomos

Não é um erro dizer que a maioria dos gatos tricolores é fêmea. É verdade. Para tentar explicar a relação, que pode ser até um pouco confusa, entre as influências no corpo do felino, cromossomos, genes, cores e sexo, a médica veterinária Mayra Susenko afirmou que “Antes de tudo, é importante diferenciar gene de cromossomo. Os cromossomos são estruturas que abrigam o material genético dentro da célula”.

Explicou também que o gene é apenas um segmento de uma molécula de DNA que funciona na garantia de características de pai para filho. “Os cromossomos são compostos por diferentes genes. Da mesma forma que os nossos genes e cromossomos, herdados de nossos pai e mãe, influenciam em nossa cor de pele, de cabelo e dos olhos, a cor dos felinos é influenciada pelo que eles recebem dos progenitores”, conta.

Por que a maioria dos gatos tricolores é fêmea?

“Na ausência de cromossomos dominantes de coloração, como o W, são os cromossomos X que determinam a cor do animal”, afirma e esclarece que é fato que a maioria dessa condição é fêmea.

“Existem os genes dominantes, como o W, que determina a cor branca e que não precisa de dois iguais (W/W) para se expressar. Um felino com um gene W vai ser branco independentemente se a sua genética for W/w ou W/W – e independentemente de ser XX (fêmea) ou XY (macho)” ressalta.

Por exemplo, o cromossomo X é o responsável por garantir tanto a cor laranja quanto a preta. Ao receber o laranja de um dos progenitores, e o preto de outro, resulta em um gato bicolor. Agora, se na composição genética ainda incluir o gene responsável por manchas brancas, surgem os gatos tricolores. E isso varia de felino para felino, já que, por exemplo, cerca de 80% dos gatos laranjas são machos.

De acordo com essa última condição, ela explica que “Isso acontece porque o cromossomo X é responsável pela coloração laranja. As fêmeas são portadoras de dois cromossomos X (X/X), enquanto os machos de um cromossomo X (X/Y). Uma gata laranja precisou que o pai e a mãe transmitissem os genes da cor laranja nos cromossomos X, já os machos precisam apenas do gene da cor laranja da mãe”, exemplifica.

Transmissão de cromossomos

Para resultar em uma fêmea, o pai (X/Y) transmite o cromossomo X ao filhote, e a mãe (X/X) o X, nascendo um filhote (X/X). No caso dos machos, o pai transmite o Y e a mãe o X, surgindo um gatinho (X/Y).

Vale lembrar que, é bastante raro, mas existem gatos tricolores machos. É uma condição chamada de trissomia 39, onde o filhote nasce com três cromossomos sexuais, sendo um gato (X/X/Y). Isso pode acontecer com qualquer raça de gato, mas nascem com um padrão de cores diferente do registrado nas organizações felinas, não sendo oficialmente reconhecidos – isso explica o porquê do surgimento de novas raças nas alterações genéticas.