
A decisão de compra dos tutores tem cada vez mais influência de canais alternativos ao médico veterinário. Essa mudança de comportamento foi identificada pelo estudo Radar Vet 2025. Conduzido pela Comissão de Animais de Companhia do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Saúde Animal (Comac/Sindan), em parceria com a consultoria H2R, o levantamento mediu percepções dos veterinários na relação com os consumidores.
Segundo o levantamento, 16% dos entrevistados acreditam que o tutor segue, prioritariamente, a recomendação de atendentes de pet shops ou balconistas ao adquirir suplementos para seus pets. No caso de antiparasitários, como vermífugos e antipulgas, esse índice sobe para 19%.
“Com um atendimento mais acessível e conhecimento prático adquirido no dia a dia das lojas, o profissional de varejo tornou-se um agente relevante na jornada de consumo pet. Em muitos casos, ele assume o papel de orientador para produtos que não exigem prescrição, aproximando o tutor do ponto de venda e criando uma ponte direta entre a indústria e o consumidor final”, explica Gabriela Mura, diretora de Mercado e Assuntos Regulatórios do Sindan.
Mas apesar de o estudo revelar uma ampliação do ecossistema de influência na decisão dos tutores, o médico veterinário ainda mantém forte influência na indicação de medicamentos e vacinas. Ao todo, 91% dos tutores seguem as orientações dos especialistas nesses casos.
Novo mercado de trabalho influencia na decisão de compra dos tutores
Além do comportamento dos tutores, o perfil de atuação do médico veterinário também foi alvo da pesquisa e ajuda a entender o contexto de hoje. Entre 2021 e 2024, a proporção de profissionais autônomos saltou de 25% para 72%, seja com ou sem contrato de prestação de serviços.
“A descentralização do trabalho, com muitos veterinários atuando em múltiplos locais ou oferecendo atendimentos domiciliares, favorece a interferência de outros personagens do varejo, que assumem um papel mais ativo nessa relação”, avalia Gabriela.