
Nos últimos cinco anos, a unidade de negócios de Saúde Animal da Boehringer Ingelheim no Brasil tem vivido tempos de bonança. Considerada uma das principais farmacêuticas privadas do mundo, a empresa de bandeira alemã vem alcançando um crescimento contínuo em vendas na ordem de dois dígitos no país.
O progresso vem sendo puxado pelo desempenho de medicamentos e vacinas para pets, equinos e aves. Em todas as marcas para essas espécies, o laboratório alemão, fundado em 1885 e presente em mais de 150 países ao redor do mundo, conquista índices superiores ao da concorrência.
Na área pet, o crescimento em 2024 foi de 16,6%, enquanto o setor de saúde animal teve alta de 13,1% no Brasil. O market share da linha de animais de estimação (que envolve cães e gatos) também foi positivo e chegou a 15,4%. Com aves e equinos, os resultados foram similares e acima da média. Os dados são da IQVIA.
No balanço geral dos negócios em saúde animal, a operação brasileira teve um crescimento de 12,6%, também acima da média do mercado brasileiro. Hoje a unidade de negócios de pets corresponde a pouco mais da metade do faturamento da empresa com saúde animal no Brasil. Equinos correspondem a menos de 10% do faturamento.
“O resultado da filial puxou a receita da farmacêutica na área de saúde animal globalmente”, explica Joana Adissi, head de Saúde Animal da Boehringer Ingelheim no Brasil. No mundo, essa divisão da empresa registrou vendas de aproximadamente 5,21 bilhões de euros em 2024 (cerca de R$ 33 bi) – um aumento de 7,12% em relação a 2023. O desempenho financeiro posiciona a Boehringer Ingelheim como a terceira maior empresa global no segmento, atrás apenas da Zoetis e da MSD Animal Health.
O avanço foi impulsionado principalmente pelas unidades de negócios de aves e pets, com destaque para as linhas antiparasitárias Frontline e NexGard. O NexGard Spectra® teve um aumento de 111% nas vendas em relação ao mesmo período do ano anterior. As vacinas Recombitek, principalmente a Recombitek Max e a Recombitek C6, também contribuíram para o desempenho.
Crescimento da Boehringer com base na verticalização
O crescimento da Boehringer também foi ancorado pelo ganho de share em mercados-chave no Brasil, graças à implantação de uma estratégia comercial ousada e verticalizada, há cinco anos. Desde então, a farmacêutica vem obtendo contínuos crescimentos anuais de dois dígitos.
Para a expansão dos negócios no Brasil, a unidade de negócios pet do laboratório vem estabelecendo vendas diretas junto a grandes clientes e em mercados com potencial de crescimento, o que representa uma nova postura junto à cadeia de distribuição. Como consequência, a Boehringer Ingelheim investe fortemente em equipes próprias de vendas para o atendimento de grandes contas em diversas regiões.
“Estamos em um território em franca expansão. Nos últimos seis anos, o Brasil ganhou uma Espanha em população de pets, mas com uma taxa de medicalização baixa, em torno de 53%. Por isso, decidimos acelerar o desenvolvimento do mercado de endectocidas com a segmentação de vendas, explorando todas as possibilidades de comercialização”, esclarece José Carlos Júnior, diretor da unidade de pets.
Na visão da Boehringer Ingelheim, a cadeia de distribuição – hoje os principais responsáveis pela geração de demanda, especialmente junto ao pequeno e médio varejo – continuaram a ter um papel decisivo e importante no plano de vendas da companhia. “O foco da distribuição é abrir novos mercados e desenvolver clientela com demandas mais pulverizadas e dispersas“, acrescenta.