Puxado pelo faturamento do pet food, o setor de produtos, serviços e comércio de animais de estimação teve um faturamento recorde de R$ 51,7 bilhões em 2021, segundo levantamento do Instituto Pet Brasil (IPB). O total do ano representa uma alta de 27% em relação ao montante de 2020.
Com receita de R$ 28 bilhões, o setor de pet food, isoladamente, respondeu por 55% do faturamento. Em seguida figura a venda de animais de estimação diretamente dos criadores, movimentando R$ 5,6 bilhões – 11% da receita e alta de 14,9% em relação a 2020. Produtos veterinários ocupam a terceira posição, com R$ 5,3 bilhões.
Mercado pet – faturamento por categoria
“O mercado pet conseguiu contornar as turbulências da pandemia reforçando a produção eminentemente nacional, o que nos torna menos reféns das oscilações internacionais. A ampla capilaridade da rede varejista, que rapidamente adequou suas modalidades de entrega ao contexto de isolamento social, também foi um fator determinante”, comenta Nelo Marraccini, presidente do Conselho Consultivo do IPB, em entrevista exclusiva ao Panorama PetVet.
Canal de acesso
Pet shops de pequeno e médio porte continuam a ser o principal canal de acesso aos produtos, perfazendo praticamente metade de todas as vendas do setor (48%). O volume de negócios restante está distribuído entre clínicas e hospitais veterinários (18%), agrolojas (9,8%); varejo alimentar (8,6%); grandes pet shops (8%); e-commerce (5,4%); e outros, tais como os clubes de serviço e lojas de conveniência (2,1%).
Como destaque, o comércio eletrônico também continua a crescer, indicando uma mudança progressiva de hábitos das famílias. Em 2021, esse canal de acesso representou 5,4% das aquisições de produtos.
Segmentos |
Movimento (em R$ bilhões) |
Pet shops (peq. e médio) |
24,9 |
Clínicas e hospitais veterinários |
9,3 |
Agrolojas |
5 |
Varejo alimentar |
4,4 |
Pet shops (mega store) |
4,1 |
E-commerce |
2,8 |
Outros (clubes de serv. Lojas de conveniência, farmácia, etc) |
1 |
TOTAL |
51,7 |
Escassez de insumos
Apesar do incremento da produção nacional, o setor não está alheio a um problema inerente à indústria brasileira – a dificuldade de acesso a insumos, em especial à matéria-prima para fertilizantes impactada pelo conflito entre Rússia e Ucrânia. “Mais de 50% do faturamento vem da alimentação. E essa crise no segmentro agro fez os preços dispararem, afetando toda a cadeia de fornecedores”, explica. Maraccini também alerta para a majoração dos preços em função do cenário internacional. “Não tem faltado produto no Brasil, o que ocorre é uma oscilação no mercado e uma falta de previsibilidade no curto prazo”, acrescenta.
Espaço para novos negócios
Com uma média de 42 mil pontos de venda no Brasil, o mercado pet tem ainda muito espaço para crescer. “Trata-se de um setor pulverizado, com expressiva geração de empregos e cobiçado por fundos de investimento, planos de saúde e startups de tecnologia. Esses atores buscam carona em um nicho em ascensão, muito em função do potencial e presença dos pet shops independentes ou redes regionais de pequeno porte”, ressalta Marraccini.
O executivo também destaca o convênio do IPB com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), que atua para promover os produtos e serviços brasileiros no Exterior e atrair investimentos estrangeiros para setores estratégicos da economia brasileira. “É uma oportunidade para as fabricantes de higiene, acessórios e alimentação apresentarem seu portfólio. Porém, além da pandemia, agora temos um cenário de guerra pela frente, que deixa esse trabalho em suspenso”, explica.
Outra estratégia do instituto é a promoção de rodadas de negócios com players da indústria. “Agora temos uma atividade programada com o mercado da Argentina e para o segundo semestre organizaremos mais duas rodadas”, finaliza.
Fonte: Panorama PetVet