PL propõe a inclusão do veterinário da família na atenção primária à saúde
Proposta estabelece como obrigatória a presença de um profissional integrado às equipes nas três modalidades do eMulti


O Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo (CRMV-SP) manifestou apoio ao Projeto de Lei nº 832/2025, que propõe a inclusão do médico veterinário da família nas Equipes Multiprofissionais na Atenção Primária à Saúde (eMulti) no município de São Paulo.
O texto, de autoria do vereador Murillo Lima, foi protocolado na Câmara Municipal com todas as contribuições sugeridas pelo CRMV-SP, que analisou a proposta sob os aspectos legais e técnicos. Pelo documento, a presença do médico veterinário seria obrigatória nas três modalidades da eMulti: Ampliada, Complementar e Estratégica.
A justificativa do PL ressalta o papel estratégico do médico veterinário na prevenção de zoonoses, segurança alimentar, vigilância ambiental, educação sanitária e no manejo populacional ético de animais, especialmente em territórios em situação de vulnerabilidade social.
Além disso, a atuação desses profissionais nas unidades básicas de saúde é vista como uma contribuição direta ao bem-estar das famílias, considerando o impacto dos animais de estimação na saúde física e mental dos tutores.
O projeto destaca ainda a atuação comunitária desses profissionais, capazes de colaborar na prevenção de maus-tratos, no controle reprodutivo de animais, na promoção da saúde coletiva e na redução da sobrecarga do sistema público de saúde, tanto por doenças zoonóticas quanto por enfermidades que acometem diretamente os pets.
“A presença do médico veterinário nas equipes eMulti representa um avanço na conscientização da população sobre os direitos dos animais e sobre o papel do poder público na proteção da vida. Trata-se de uma medida que valoriza a compaixão, a responsabilidade interespécies e o compromisso com uma saúde ampliada, integral e justa”, reforça o vereador Murillo Lima.
Para o CRMV-SP, a proposta está em sintonia com os princípios da Uma Só Saúde, que integra as dimensões humana, animal, vegetal e ambiental.
“É um passo importante para a consolidação de políticas intersetoriais e para o reconhecimento da medicina veterinária como ciência da saúde, alinhada aos princípios da Uma Só Saúde”, finaliza Marcos Antônio Alves, coordenador jurídico do conselho.