Os pet shops ganham espaço como canais de compra prioritários dos tutores brasileiros. Com 18,2 mil novos estabelecimentos nos últimos 12 meses até março, o setor ampliou em 15% a vantagem em relação aos supermercados.
Essa foi uma das conclusões de uma pesquisa da CVA Solutions com 2 mil shoppers do varejo pet. Os dados levam em conta as compras em megastores, lojas de pequeno e médio porte e plataformas de comércio eletrônico especializadas.
Antes da pandemia, os pet shops respondiam por 55% da preferência dos donos de cães, contra 27% dos PDVs supermercadistas. Hoje, a proporção é de 62% e 19%.
Pet shops também atraem mais donos de gatos
A migração do consumo para pet shops também se estendeu aos donos de gatos. Esse nicho de mercado, que respondeu por 54% das vendas quatro anos atrás, passou a representar 60% do mercado pet. O share dos supermercados caiu de 28% para 22%.
Consumo do mercado pet por canal
(cães)
Consumo do mercado pet por canal
(gatos)
Impactos e aprendizados da pandemia para os pet shops
Sandro Cimatti, um dos organizadores da pesquisa, enxerga uma mudança cultural na relação das pessoas com os animais, o que incentiva a maior procura por produtos de saúde e higiene em lojas especializadas. “O pet de hoje é mais mimado e recebe mais cuidados. Ele vive mais dentro de casa, vive dentro do quarto. Com isso, em torno desse “filho” se forma um verdadeiro ecossistema”, avalia.
Como resultado dessa tendência, na comparação entre 2020 e 2022, a média mensal de gastos por consumidor em todos os canais passou de R$ 384 para R$ 522. Porém, Cimatti acredita que as lojas especializadas foram mais inteligentes do que os supermercados ao ampliar a rede de relacionamentos usando os meios digitais.
“Os pet shops trabalham inclusive com serviços como os de adoção. Em vez de conquistar o consumidor e continuar vendendo sem saber nada sobre ele, elas começaram a coletar os resultados e investir em programas de fidelidade, a ponto de mandar mensagens quando a ração estiver para acabar, por exemplo”, explica.