Os pet shops independentes tornaram-se o foco do projeto de expansão da Petland. A rede originária dos Estados Unidos, que chegou ao Brasil em 2014, decidiu encampar a estratégia de converter PDVs à sua bandeira. A filosofia caminha na contramão das grandes empresas do setor, que lançam fichas no crescimento orgânico por meio de lojas próprias.
“Ao olhar para o mercado pet lá em 2014, quando a Petland saiu do papel, percebi que o espaço para o modelo de lojas grandes já estava mais do que saturado, mas ninguém estava olhando para as lojas de bairro, que representam quase metade do mercado total”, relatou o CEO Rodrigo Albuquerque, em entrevista à Forbes.
O empresário aposta em trazer a marca para o Brasil e iniciou essa trajetória timidamente, com uma pequena loja de bairro. “Ao longo dos 12 meses seguintes já tínhamos quatro franquias”, relembra.
Hoje, a rede já concentra mais lojas em território brasileiro do que a matriz nos Estados Unidos. Cerca de 160 pet shops estão integrados à Petland, além de 72 clínicas veterinárias da marca Dra. Mei. Em 2022, esses estabelecimentos geraram receita aproximada de R$ 340 milhões.
“Agora, a meta é atingir mil lojas nos próximos cinco ou seis anos e transformar a vida de mil famílias”, revela o CEO.
Pet shops independentes ganham apoio para crescer
As pet shops independentes, sozinhas, não teriam condições plenas de disputar espaço com as grandes redes. “Fazer parte de uma franquia traz muitas vantagens na gestão, principalmente na qualidade dos serviços oferecidos. Consequentemente, os resultados financeiros também melhoram”, afirma Albuquerque.
Como atrativos para os pet shops independentes, a empresa aposta em credenciais como seu centro de distribuição próprio, ferramentas de TI e campanhas de CRM, além de programas de treinamento por meio de uma universidade corporativa.
“Esses benefícios acabam atraindo uma diversidade de empreendedores para nossos negócio. Quatro perfis se destacam: o apaixonado por pets, o varejista, o empresário que ainda não é do ramo pet, mas quer entrar em um mercado resistente à crise e, principalmente, aquele que já está inserido no setor e deseja aumentar a lucratividade do negócio”, analisa.
Petland investe em pet shops modulares
Para acelerar ainda mais a expansão da rede, a Petland lançou recentemente um conceito de loja modular móvel, com 36 m² de área, facilmente adaptável ao local de instalação e passível de ser transportada para outro endereço.
“Além disso, tem alta previsibilidade orçamentária e seu tempo de construção é até 75% menor na comparação com uma loja tradicional, de alvenaria”, comenta. O plano de assinatura é outra aposta. Por um valor mensal a partir de R$ 79,90, os donos podem levar seus pets para o banho quantas vezes julgarem necessário.
Setor cresce sob impulso de pequenos pet shops
Dados do Sebrae reforçam a relevância dos pequenos pet shops. O setor registrou a abertura de mais de 18,2 mil negócios em 2022. Apesar de uma ligeira queda na comparação com o mesmo período de 2021, o volume é 33% superior ao de 2019 – antes da chegada da pandemia.
O levantamento contabilizou 18.278 novos CNPJs a partir de informações da Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE), incluindo empresas de comércio varejista de animais, medicamentos veterinários, artigos, alimentos, higiene, alojamento e embelezamento. Com esse avanço, estima-se a existência de 65,4 mil negócios no segmento, o que representa em torno de 78% do total de companhias ligadas ao mercado pet.
Além disso, o Brasil é o terceiro país no ranking mundial em população total de animais de estimação, de acordo com Associação Brasileira da Indústria de Produtos de Animais de Estimação (Abinpet). Os indicadores chamam a atenção de empreendedores que têm interesse em investir nesse setor. Outra análise do Sebrae aponta que o ramo de lojas de animais e pet shops foi um dos mais buscados como Ideia de Negócios, em 2022, e se mantém como tendência de negócio para 2023.
