
O mercado pet brasileiro deve apresentar, em 2025, o menor ritmo de crescimento desde 2019. A projeção é da Abinpet e do Instituto Pet Brasil (IPB), com base em dados consolidados do primeiro trimestre.
O faturamento estimado para o ano é de R$ 78 bilhões, índice 3,5% maior que o de 2024, quando o setor movimentou R$ 75,4 bi. Essa expansão, porém, é mais modesta em comparação aos anos anteriores. Se confirmado, o desempenho se igualará ao de 2019, quando o setor cresceu apenas 3%.
A combinação de inflação persistente, desaceleração do consumo e impacto cambial, cujo valor do dólar influencia no preço de ingredientes utilizados no pet food e considerados commodities, como farinhas vegetais e animais, explica o ritmo mais lento. Apesar de o setor ser robusto, as entidades já tinham alertado sobre a revisão para baixo nas projeções.
“Precisamos de um ambiente mais competitivo para as empresas e mais atraente para o consumidor final, com uma redução considerável da carga tributária, que hoje gira em torno de 50%”, afirma José Edson Galvão de França, presidente-executivo da Abinpet e colunista do Panorama PetVet.
Mercado pet brasileiro tem forte pressão do pet food
Assim como em anos anteriores, o segmento de pet food deve continuar respondendo pela maior fatia do mercado, com participação de 53,3% no faturamento total, o equivalente a aproximadamente R$ 41,5 bi. A alta prevista é de 1,95% em relação a 2024.
Apesar da liderança, o segmento também é o que mais pressiona o resultado geral do setor. Depois de uma década de crescimento constante, a produção de alimentos industrializados caiu 0,6% em 2024, totalizando 4 milhões de toneladas. “O montante é bem inferior ao potencial do parque industrial brasileiro para fabricar 9 milhões de toneladas”, reforça França.
Em seguida, aparecem a comercialização de animais (10,9% ou R$ 8,4 bi) e os produtos veterinários (10,5% ou R$ 8,2 bi). Mas o destaque de crescimento fica com os serviços gerais, com expansão de 7,7%, puxados por estética, hospedagem e adestramento.