
A fabricante de rações Upper Dog revela mais um exemplo emblemático de empreendedorismo no mercado pet. Com sede em Belém (PA), a indústria de nutrição animal acelera seu plano de expansão nacional e mira sua primeira aquisição no Exterior. As informações são do Pipeline.
Com faturamento de R$ 550 milhões, a companhia fundada há dez anos projeta crescer 27% em 2024 e totalizar R$ 700 milhões de receita. A marca de R$ 1 bilhão é esperada para dois a três anos.
O mais recente movimento da empresa foi a compra da fabricante sergipana Adora Pet, por R$ 40 milhões, de olho nas oportunidades no Nordeste. A empresa já estava presente na região por meio de uma planta em Imperatriz do Maranhão (MA), mas a unidade é destinada somente a abastecer parte do Norte e o Centro-Oeste.
No Sudeste, a fabricante já mantém atuação com suporte da fábrica em São Sebastião do Paraíso (MG) e do escritório administrativo em Sorocaba, no interior paulista. A Upper Dog já havia adquirido a Petiscão em Minas Gerais.
Fabricante de rações do Pará para as Américas
Há cerca de cinco anos, a fabricante de rações paraense iniciou sua incursão no mercado internacional ao erguer centros de distribuição em Atlanta e Miami, nos Estados Unidos. Consolidou-se como um dos principais fornecedores de alimentos mastigáveis naturais na América Latina. Seus produtos, inclusive, estão entre os líderes em vendas no marketplace da Amazon em território norte-americano.
A indústria produz ainda tapetes higiênicos, mas a nutrição animal é o carro-chefe e responde por 85% do volume de negócios, graças à Natural Farm e também a marcas como Caninosso e Dogfy. Além disso, fabrica marcas de terceiros.

O novo objetivo é fincar bandeira no Canadá, que poderia proporcionar a aquisição de uma indústria de nutrição animal. As negociações já estão em andamento. A Upper Dog também mira a Europa e vem prospectando participação em feiras especializadas.
“Nossos critérios de produção, desde os ingredientes naturais a embalagens recicláveis, casam muito com o perfil do consumidor europeu”, avalia Marcelo Barbosa, fundador e CEO do grupo, em entrevista ao Pipeline.
O vendedor de rifas virou empreendedor
Barbosa, aliás, tem uma trajetória típica de empreendedores. Ainda adolescente, comprava relógios na feira e os comercializava em rifas para os funcionários da empresa do pai, em Belém (PA). Detalhe: aproveitava as datas da folha de pagamento para capitalizar vendas. Aos 17 anos de idade, sua então namorada e hoje esposa engravidou. Chegou o momento de montar um negócio próprio. O casal tem três filhas.
“Comecei a cuidar da área logística da empresa da família, que atuava na produção de couro curtido, e vi que poderia aproveitar um subproduto da indústria, que era o mastigável de couro. Decidi, então, criar uma planta de produção com 20 funcionários”, relembra.
O potencial do pet food
Segundo informações da Abinpet (Associação Brasileira de Indústria de Produtos para Animais de Estimação), o segmento de pet food é o que dita o faturamento da indústria pet.
A associação projeta que o mercado de pet food teria capacidade para produzir até 8 milhões de toneladas por ano no Brasil. O volume total beira 3,7 milhões de toneladas, mas o parque industrial brasileiro já está pronto para mais que dobrar esse número.
“Como os animais são considerados parte da família, muitas vezes é difícil resistir à tentação de oferecer algum alimento humano para o animal. No entanto, eles podem desenvolver alergias, doenças, ou simplesmente passar mal ao comer alimentos inapropriados. A não ser que as famílias consultem um especialista em alimentação, o ideal é apostar no saudável e prático: o pet food e os snacks específicos para cada espécie”, diz o presidente-executivo da Abinpet, José Edson Galvão de França.
Upper Dog Fundação: 2014 Faturamento atual: R$ 550 milhões Sede: Belém (PA) Operação: plantas em Belém (PA), Campo do Brito (SE), Imperatriz do Maranhão (MA) e São Sebastião do Paraíso (MG), além de escritório administrativo em Sorocaba (SP) |