Quando a cannabis medicinal é prescrita para pets?

Com aprovação da Anvisa, veterinárias explicam sobre o uso de medicamentos à base da planta

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canabbis medicinal
Foto: Freepik

Em outubro do ano passado, a Anvisa aprovou por unanimidade o uso da cannabis medicinal na veterinária, permitindo que profissionais da área utilizem substâncias canabinoides no tratamento de diversas doenças em animais de estimação.

Em entrevista ao portal Metrópoles, a médica veterinária Julianna Gomes destaca o sucesso do uso de medicamentos à base da planta na reversão de sintomas de epilepsia, dores crônicas de artrite, inflamações e lesões na coluna vertebral em pets. Julianna também pontua que os compostos da cannabis têm mostrado resultados positivos no tratamento de condições autoimunes, como glaucoma, e também na ansiedade em cães e gatos.

Cannabis medicinal para pets

A forma mais comum de administração da cannabis é o óleo, utilizado por via oral. Julianna explica que o extrato da planta também pode ser formulado como cremes e sprays para aplicação tópica em animais. O sucesso do tratamento está diretamente relacionado à capacidade do fármaco de interagir com receptores do sistema biológico.

“O sistema endocanabinoide (SEC) é o maior e mais complexo sistema de regulação bioquímica conhecido. Ele tem um papel fundamental na manutenção do equilíbrio do organismo, o que explica os amplos benefícios do cannabidiol. Esse sistema está presente em praticamente todos os animais, desde mamíferos até espécies mais primitivas, como as do filo Cnidaria”, detalha a veterinária. Com isso, o uso da cannabis medicinal pode beneficiar várias espécies, inclusive animais silvestres.

Efeitos colaterais

Assim como qualquer medicamento, os canabinoides podem causar efeitos colaterais em alguns pacientes. “Em animais mais sensíveis ou em casos de administração inadequada, podem surgir sintomas adversos”, alerta a médica veterinária Rafaela Costa.

Entre os efeitos colaterais mais comuns estão sonolência, náusea e nistagmo (movimentos involuntários dos olhos). No entanto, Julianna reforça que a administração cuidadosa e gradual minimiza esses riscos. “Quando a dose é ajustada com cautela, permitindo que o organismo se adapte à nova molécula, os efeitos colaterais são raros. Os benefícios, por sua vez, são frequentemente surpreendentes”, conclui.

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