Projeto conecta estudantes e tecnologia para ajudar animais abandonados
Iniciativa reuniu jovens de três ONGs paulistas para desenvolver projetos com foco em bem-estar animal, tecnologia e impacto social


A SoulCode Academy, edtech brasileira voltada à democratização da educação digital, promoveu o HackaPet, um hackathon com foco em bem-estar animal. O evento mobilizou 52 estudantes para criar soluções tecnológicas e enfrentar um dos maiores problemas urbanos do Brasil: abandono de animais.
Durante duas semanas, alunos das organizações Casa do Zezinho, Instituto Resgatando Vidas e Fundação Crescer Criança se dividiram em quatro equipes para desenvolver projetos que pudessem gerar impacto real nas comunidades onde vivem. As ideias incluíram plataformas de mapeamento de animais abandonados, sistemas de arrecadação de doações e soluções voltadas à castração e vacinação.
A proposta do HackaPet partiu da realidade vivida por muitos desses jovens, que crescem em regiões periféricas onde o abandono de cães e gatos é mais evidente. “Hoje é menos comum ver animais abandonados nos bairros centrais e mais ricos da capital, mas essa realidade ainda é gritante nas periferias. Queríamos que os jovens olhassem para suas realidades e pensassem em como a tecnologia pode transformar o ambiente onde vivem”, afirmou Carmela Borst, CEO e cofundadora da SoulCode Academy.
Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), há mais de 30 milhões de animais em situação de rua no Brasil, sendo cerca de 20 milhões de cães e 10 milhões de gatos. Só na cidade de São Paulo, estima-se que mais de dois milhões de pets vivam em condição de vulnerabilidade.
Os projetos foram apresentados a uma banca avaliadora composta por profissionais da SoulCode, executivos do setor de tecnologia e representantes das ONGs parceiras. As equipes “Pata Amiga”, “Patinhas Unidas”, “Adote com Amor” e “Pet Feliz” disputaram bolsas de estudo e vagas em outras trilhas formativas oferecidas pela edtech.
Desde 2022, a SoulCode Academy realiza parcerias com organizações sociais para capacitar jovens de comunidades em tecnologia. Mais de 600 pessoas já passaram pelas formações híbridas da instituição, que incluem aulas presenciais e online, com acompanhamento pedagógico contínuo. A proposta vai além da qualificação técnica, buscando formar profissionais com consciência social e preparados para usar a tecnologia como ferramenta de transformação.
A iniciativa reforça o papel da educação inclusiva como ponto de partida para soluções criativas que atendem às necessidades reais da sociedade — incluindo os animais que mais precisam.