A pandemia da Covid-19 fez com que os pets se tornassem, cada vez mais, o melhor amigo do homem. Pesquisa do Instituto Pet Brasil (IPB) projetou um crescimento de 25% no mercado pet em 2021, com uma tendência de nova ascensão neste ano. A alta é puxada, principalmente, pelos R$ 28 bilhões movimentados em alimentação de cães, gatos e outros bichinhos.

Segundo indicadores da plataforma Petlove&Co, 54% dos tutores adotaram um animal em 2021. Deste total, 19% adquiriram um bichinho pela primeira vez na vida durante o isolamento social da Covid-19. Em entrevista ao jornal O Tempo, a CEO da empresa, Talita Lacerda, destaca que a marca faturou R$ 800 milhões no ano passado e deve crescer ainda mais em 2022.

“A expectativa de crescimento da Petlove é que a gente feche este ano com R$ 1,1 bilhão. Isso significa um ganho de share no setor. Nossa meta é crescer 40%”, diz a executiva. A marca trabalha com o conceito de megaloja, oferecendo todo tipo de produto para o mundo pet. Tudo funciona a partir de uma assinatura, na qual o tutor recebe o produto em casa.

No contexto geral, o Instituto Pet Brasil projeta novo crescimento na casa dos dois dígitos para o setor neste ano. Mas o presidente do Conselho Consultivo do IPB, Nelo Marraccini, diz que a alta do preço das commodities, puxada pelo câmbio, freia o faturamento líquido dos empresários do setor.

“Dificilmente o mercado brasileiro de pet vai dar ré, porque a população (de cães e gatos) sempre cresce na casa das pessoas. Além disso, os preços estão subindo em detrimento da alta da matéria-prima. Nós somos ligados ao agronegócio. Esses produtos de alimentação também são disputados pelo mercado internacional”, avalia.

Criatividade atrai consumidores

O número de empresários que querem surfar na onda dos pets e criam alternativas para seduzir os tutores cresce exponencialmente. Um exemplo é a Au! Happy, que oferece o serviço de plano de saúde para animais por meio de assinaturas. A procura cresceu durante a pandemia por conta do tempo que os humanos passaram a mais com os bichinhos no isolamento social.

“Para 2022, nossa expectativa é de fechar o ano com faturamento acima de R$ 5 milhões”, diz Simone Cordeiro, diretora comercial da empresa. Um diferencial da empresa é o atendimento em domicílio, com um veículo adaptado.

Fonte: Panorama Pet Vet

Em alta, o mercado pet tem atraído olhares de empresas de outros setores, como o varejo têxtil e as telecomunicações. Empresas desses canais divulgaram neste mês projetos focando nos bichinhos. E os resultados mostram o acerto dessa estratégia.

Segundo o Instituto Pet Brasil (IPB), o mercado pet faturou R$ 51,1 bilhões no ano passado, um crescimento de 25,1% em relação a 2020. “Foram dois anos (2020 e 2021) em que as pessoas adotaram mais animais. Os preços dos produtos também subiram muito por causa da explosão do dólar”, explica o presidente do Conselho Consultivo do instituto, Nelo Marraccini.

O setor de produtos e serviços veterinários apresentou um crescimento entre 10% e 15%. E é exatamente na área de saúde dos pets que as empresas externas tem investido.

Criação de seguros chama atenção de empresas de fora do mercado pet

Por meio do MBank, plataforma digital de produtos e serviços financeiros da Lojas Marisa, a varejista lançou um seguro para animais, em parceria com o “Proteção Pessoal e Pet”. O lançamento garante cobertura para acidentes ao titular e também consultas veterinárias e assistência funeral.

O superintendente do MBank, Adalberto Santos, explica que esse era um desejo dos consumidores. “Em um trabalho de escuta ativa com nossas consumidoras, procuramos entender quais tipos de serviços as mulheres consideram importante dentro do universo feminino e, para nossa surpresa, a categoria “pet” foi um dos destaques”, comenta.

Investimentos na área devem se tornar mais comuns

Pedro Svacina, CEO e co-fundador da Plamev Pet, empresa de planos de saúde animal, expôs alguns motivos para o aquecimento desse mercado. “Cerca de 88% da população que tem pet considera o seu animalzinho como um membro da família. Então, o plano de saúde permite que você consiga dar o máximo de assistência possível por um preço acessível”, aponta.

A Plamev Pet fechou recentemente uma parceria com uma empresa do setor telecomunicações para comercializar os planos. Segundo Svacina, mais negócios ainda estão na mesa. “Estamos em conversações com quatro seguradoras que mantêm cerca de 20 a 25 projetos de saúde para pets”, completa.

Fonte: Panorama Pet Vet