Mudanças no marketing podem redefinir o crescimento do mercado pet em 2026
Setor entra em 2026 mais estratégico unindo tecnologia autenticidade e educação
O setor pet entra em 2026 diante de um cenário de transformação no marketing, impulsionado por novas tecnologias, mudanças no comportamento dos consumidores e pela necessidade crescente de conexão real entre marcas e tutores. Tendências que ganharam força ao longo de 2025 se consolidam como pilares estratégicos para o próximo ano, indicando um avanço na forma como empresas se comunicam, educam e fidelizam seus públicos.
Ao Pet Age, Skarlet Rockwood, estrategista de marketing de conteúdo e fundadora da Pet Business Marketer, aponta que, embora a inteligência artificial (IA) tenha sido o grande destaque do período, o movimento mais forte é o retorno ao essencial de conteúdo mais humano, relacionamento mais próximo e transparência nas narrativas. A combinação entre tecnologia e autenticidade deve guiar o novo ciclo de crescimento do setor.
IA cresce no setor pet, mas a conexão humana continua essencial
Ao longo de 2025, a IA deixou de ser vista apenas como ferramenta de produtividade e passou a ocupar o centro das estratégias de marketing. No entanto, os próprios consumidores se tornaram mais atentos ao uso excessivo de automações e conseguem identificar uma legenda genérica e posts que foram copiados e colados.
“A IA é fantástica para pesquisa, planejamento e até mesmo para dar o pontapé inicial em novas ideias. Mas ela não consegue entender as nuances dos seus relacionamentos, as histórias por trás dos cães que você tosa ou a paixão que você dedica ao seu trabalho de resgate. Use-a para economizar tempo, não para soar como todo mundo”, afirma Skarlet.
Dessa forma, empresas que entram em 2026 dependem menos de volume de publicações e mais da capacidade de gerar conversas, esclarecer dúvidas e fortalecer vínculos.
Educação vira o novo diferencial competitivo no marketing pet
A relação entre educação e marketing também deve se intensificar. Com tutores mais informados e ao mesmo tempo mais desconfiados, cresce o valor do conteúdo técnico, claro e acessível.
Materiais educativos passaram de apoio complementar para peça central na construção de autoridade, especialmente em segmentos como saúde animal, nutrição, comportamento e cuidados diários. Ensinar antes de vender tornou-se um diferencial competitivo.
Vídeos curtos passam de virais para estratégia no marketing pet
O vídeo curto, muito associado a tendências e virais, também mudou de função. O setor pet ainda encontra grande potencial de alcance nesse formato, porem a estratégia passa a ser mais importante do que a tendência.
“Em 2026, viralizar não será a métrica mais importante. O foco é transmitir clareza sobre quem você é e o que você defende”, destaca a especialista. Histórias reais, bastidores de atendimento, processos de cuidado e rotinas de profissionais têm demonstrado mais impacto do que conteúdos puramente humorísticos ou baseados em trends de áudio.
Estética perfeita perde espaço para uma comunicação mais espontânea
Outro ponto de destaque é a forma como as marcas devem se apresentar em 2026. A estética impecável, que dominou por anos, dá lugar à comunicação mais espontânea.
“Será o ano do “branding imperfeito”, mas feito com confiança. Estamos falando de empresas que mostram mais a sua cara, usam fotos espontâneas e escrevem legendas que soam como conversas reais”
Empresas que mostram vulnerabilidade, bastidores e imperfeições conquistam maior credibilidade, especialmente em um segmento que lida diretamente com emoção e confiança.
Parcerias estratégicas moldam o setor
O ambiente competitivo também se transforma. À medida que o alcance orgânico nas redes sociais diminui, a colaboração entre negócios ganha força. Parceiras entre pet shops, profissionais de banho e tosa, clínicas e profissionais independentes começam a se consolidar como estratégias de expansão e fortalecimento comunitário. Em vez de disputar a mesma audiência, marcas têm encontrado resultados mais consistentes ao unir esforços em projetos, campanhas e ações presenciais.
Futuro do marketing pet será guiado por autenticidade e tecnologia
Além das mudanças externas, há uma preocupação crescente com a sustentabilidade operacional dos próprios negócios. O excesso de demanda por conteúdo diário e pelas constantes atualizações dos algoritmos levou muitas empresas a reverem processos. Organizar sistemas de produção, automatizar etapas e planejar com mais antecedência tornou-se uma forma de reduzir desgaste e manter consistência ao longo do ano.
A análise geral indica que o setor pet inicia 2026 mais maduro, equilibrando tecnologia, humanidade e estratégia. Enquanto 2025 foi marcado pela experimentação, o novo ano exige foco e intenção. A IA continuará presente, mas a conexão humana, reforçada por educação, transparência e histórias autênticas, será o elemento decisivo para o crescimento das empresas.
“As marcas pet que irão prosperar não serão as que mais falam, mas as que mais escutam. Aquelas que entendem seu público, comunicam valores com clareza e tratam o marketing como extensão do cuidado que oferecem aos animais”, conclui Skarlet.