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Média de gastos por pets está em baixa no Brasil

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gastos por pets A média de gastos por pets ainda patina no Brasil, mesmo com o país já ostentando o terceiro maior faturamento global e a terceira população de animais de estimação. Os dados, baseados em um levantamento do Banco Mundial e da Euromonitor, ligam o sinal de alerta para barreiras que estancam o crescimento do setor.

Os indicadores mensuram o faturamento de cada país no ano passado em proporção ao número absoluto de cães e gatos. A pesquisa aponta as despesas por pet em dólares, mas nossa redação fez a conversão para o real com base no câmbio de 11 de setembro. Entre os dez maiores mercados pets do mundo, o Brasil é apenas o nono colocado nesse quesito e registra uma média de R$ 429.

O valor supera o da Itália e está próximo do montante de China e Rússia. Mas é três vezes menor que as cifras de nações da Europa, como Alemanha e Reino Unido, e cinco vezes em relação aos Estados Unidos.

Média de gastos por pets (em R$)
Dez maiores mercados pets do mundo

Média de gastos por pets está em baixa no Brasil
* Fontes: Banco Mundial e Euromonitor

O que explica a baixa média de gastos por pets?

A baixa média de gastos por pets no Brasil pode ser explicada pelo ambiente de negócios ainda desfavorável ao segmento, na visão de especialistas. E uma das maiores travas chama-se carga tributária.

Os impostos sobre produtos pet correspondem a 54,2% do faturamento das empresas, segundo a Andipet. Isso quer dizer que, a cada R$ 1 em vendas nos pet shops ou clínicas veterinárias, R$ 0,54 têm como destino os cofres do governo.

As alíquotas variam de 6% a 22% em mercados mais desenvolvidos. E as três menores taxações do mundo são aplicadas por Estados Unidos, China e Alemanha, que estão entre os quatro líderes em faturamento.

Fatores macroeconômicos como a inflação e os juros também causam impacto negativo nos gastos. A queda no poder de compra dos tutores refletiu, por exemplo, nas idas a clínicas veterinárias.

De acordo com levantamento da Comissão de Animais de Companhia (Comac), vinculada ao Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Saúde Animal (Sindan), 37% dos veterinários informaram que seus clientes convivem com limitações orçamentárias e 23% identificaram um recuo claro no índice de consultas e internações.

“Apesar de uma atenção maior com a saúde dos animais na pandemia, esse comportamento não resultou necessariamente na procura por especialistas”, observa Andréa Castro, coordenadora da Comac.

Falta de integração impulsionaria gastos por pets

Os gastos por pets poderiam crescer rapidamente com a maior integração setorial. Os números revelam o potencial do segmento no Brasil. O volume de pet shops abertos em 2022 totalizou 18,2 mil, 28% de crescimento em relação ao ano anterior. Quase 80% dos estabelecimentos são originários de negócios familiares, iniciativas de pequenos empreendedores e jovens em busca de um novo horizonte profissional. A abertura de clínicas também é recorde – hoje o país concentra 53 mil, contra 38 mil há cinco anos, conforme aponta o Sebrae.

“No entanto, ainda há um distanciamento entre essas duas atividades. O pequeno e médio varejo pet pode exercer um trabalho consultivo estratégico para reter e fidelizar os tutores. Mas, para isso, precisa enriquecer seu rol de atendimento e buscar justamente o apoio de veterinários e tosadores, entre outros prestadores de serviço”, conclui Vanessa Lima, gestora estadual do Sebrae-SP.

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