Indústria brasileira mira esforços no mercado pet saudita
Exportação no setor cresceu 29% em 2024 para países árabes e latino-americanos


Apesar de não estar entre os principais compradores de produtos para animais de estimação, o mercado saudita é visto como promessa para a indústria brasileira em decorrência do boom de pets no país.
De acordo com indicadores da USDA Foreign Agricultural Service, o mercado de pet food na Arábia Saudita atingiu US$ 275 milhões (R$ 1,5 bilhão) em 2024, crescendo cerca de 30% ao ano desde 2019.
“Entre os anos de 2020 e 2024, a população de gatos cresceu 123,2%, chegando a 2,1 milhões de animais. A população de cães aumentou 99,7%, representando um total de 295,5 mil animais; e a de pássaros cresceu 29,3%, chegando a 167 mil”, declarou o presidente-executivo do Instituto Pet Brasil (IPB), Caio Villela, em entrevista à Agência de Notícias Brasil-Árabe (ANBA).
Ele complementa afirmando que durante esse período houve um aumento de 1,1 milhão de gatos, de modo que a demanda do mercado saudita está maior, principalmente os produtos de pet food para felinos, onde o Brasil tem “forte competência produtiva”.
Mercado pet saudita ainda é pouco explorado no Brasil
A Arábia Saudita ainda não figura entre os principais clientes da indústria brasileira de produtos pets. No ano passado, importou US$ 1,38 milhão (R$ 7,6 bi) em pet food do Brasil.
O maior importador do setor é a Colômbia, seguida por Uruguai, Emirados Árabes Unidos, Bolívia e Chile. “Mas acreditamos que a ligação histórica do Brasil com os países árabes, e a crescente popularização dos pets nessa região – principalmente os felinos – são elementos que mostram o potencial desse mercado para nossa indústria”, projeta Villela.
Em 2024, o valor de exportações na indústria pet brasileira atingiu US$ 580,5 milhões, sendo R$ 3,237 bilhões, de acordo com dados do IPB. Comparado ao ano anterior, houve um crescimento de 29%. As projeções de faturamento para 2025, no entanto, não se mostram positivas. O IPB indica que é possível que haja uma retração de 3,7% na produção nacional.
“Temos potencial para ser um ator mais relevante no mercado mundial, mas para isso é preciso superar os desafios internos. A manutenção do crescimento do mercado pet saudita tem sido vista por nós como uma oportunidade que o setor trabalha para aproveitar”, completa Villela.