O olhar e o jeito selvagens são fruto da mistura de um gato serval africano e de uma exemplar doméstica. O cruzamento, ocorrido na Pensilvânia, em 1986, resultou no surgimento da raça savannah ou savana, assim batizada em referência à região de origem do felino ancestral. A aparência lembra a de um filhote de leopardo ou jaguatirica, com tamanho médio de 38 cm de altura e 56 cm de comprimento.
A partir desse acasalamento, os criadores investiram no desenvolvimento da nova raça. Seguiram-se então mais quatro gerações, conhecidas como F1, F2, F3, F4 e F5. A classificação levou em conta a percentagem de sangue selvagem, taxa que se reduz a cada nova geração, à medida que vão se distanciando de sua origem.
Gato savana é raridade no mundo
O registro da raça na TICA (International Cat Association) aconteceu em 2001. E apenas em 2012 foi oficialmente reconhecida. Dessa maneira, por ser recente, existem poucos criadouros da raça em todo o mundo, o que os torna muito raros e caros. Além disso, boa parte dos machos até a F4 são estéreis devido à descendência do serval.
Os exemplares da geração F1 carregam os traços mais selvagens, são maiores e chegam a custar R$ 100 mil. Podem chegar a 60 cm de altura e pesar até 25kg. As últimas costumam ser mais fáceis de serem domesticadas, têm tamanhos menores e pesam até 12kg. O preço do exemplar gira em torno de R$ 13 mil.
Os felinos da raça são de grande porte, longilíneos e de pelo curto. A cabeça triangular, as orelhas grandes e pontiagudas e o olhar penetrante conferem a eles um visual exótico. A ascendência selvagem se reflete no comportamento. Os savanas são bem ativos e têm espírito aventureiro. Não são indicados para tutores inexperientes.
Aptidão para saltos atléticos
Os da primeira geração, mais independentes, não gostam muito de colo e de “chamego”. Mas demonstram lealdade e companheirismo ao dono de outras formas. Esfregam-se e dão cabeçadas nas pernas do tutor e o acompanham pela casa. Os das últimas gerações, são mais dóceis, amigáveis e apegados à família. Em comum a todas elas é o fato de não serem agressivos e exigirem atenção em tempo integral.
A energia abundante combinada com o corpo vigoroso os impele a saltar bem alto – até dois metros de altura – e a fazer acrobacias. Por isso, espaços amplos são os mais adequados para que possam se exibir. A rotina diária de brincadeiras e exercícios pode ser incrementada com a instalação de prateleiras, nichos, pontes e redes no ambiente. Além disso, são inteligentes e curiosos a ponto de aprenderem sozinhos a abrir portas e torneiras. Estão sempre à procura de algo interessante para investigar.
Convivência tranquila
Os gatos savana costumam interagir bem com crianças, mas elas devem ser orientadas a lidar adequadamente com esses felinos. O atributo bravio dos antepassados os levam, em alguns momentos, a marcar terrritório e a impor alguns limites. Com desconhecidos, o comportamento varia: podem ser amistosos ou se mostrarem indiferentes.
Assim como os cães, eles apreciam passeios ao ar livre e, se treinados, aceitam o uso de coleiras e guias. Com a raça bengal, compartilham a mistura genética das mesmas duas raças e o gosto pela água. Em períodos quentes, além de banhos, levá-los para se refrescarem em rios e lagos é uma atividade que deve ser estimulada.
A pelagem dos savanas apresenta padrões e colorações diversos e tem comprimento curto a médio. As cores são preto, marrom, malhado (com manchas pretas, marrons, brancas ou acinzentadas) e ainda tons de dourado a laranja. Os pelos devem ser escovados semanalmente para remover os soltos e distribuir de forma uniforme a oleosidade da pele.
Dieta proteica
Como gatos carnívoros, necessitam obter dos alimentos de nutrientes distintos. O veterinário pode orientar quanto à proporção deles na dieta conforme a idade do bichano. De modo geral, são saudáveis, com poucos problemas genéticos. A raça, porém, é propensa a desenvolver deficiência de taurina, aminoácido presente em carnes, peixes e aves. Por isso, a dieta deve ser rica em proteínas.
Os cuidados dentais são importantes para manter a raça saudável, com longevidade de 18 a 20 anos O ideal é que sejam escovados uma vez por semana. Caso haja relutância, ração dura, petiscos apropriados para remover o tártaro e enxaguantes ajudam na higiene bucal.