Fila Brasileiro, uma raça nativa


Raça genuinamente nacional, o Fila Brasileiro surgiu por aqui na época colonial. Era utilizado pelos colonizadores nas funções de caça, guarda, pastoreio e recaptura de escravos fugidos. Aos tropeiros, que cruzavam mata levando mercadoria, faziam a proteção contra felinos selvagens como onças e suçuaranas. Grandes e robustos, há relatos de que eles, inclusive, atuavam em ataques contra nativos e quilombolas.
A origem da raça é imprecisa. A teoria mais aceitável é a de que é resultado do cruzamento de grandes cães pastores mastiff, buldogues e bloodhounds, trazidos ao Brasil durante a União Ibérica. Essa mistura genética resultou em um cão com faro apurado e temperamento forte. A habilidade de rastreamento aliada à resistência e à agressividade são características que o fazem único. Conta-se que quando o fila encontrava sua presa, ele não a atacava, mas a segurava pelo pescoço até que o caçador os encontrassem.
Fila Brasileiro é excepcional guardião
Os atributos do fila são coragem, determinação e valentia. Demonstra doçura e presta obediência aos mais próximos, inclusive crianças com as quais a tolerância é inesgotável. Aos pequenos, ele até permite abusos do tipo montá-lo como se fosse um cavalo. Está sempre em busca da companhia do dono a quem dedica fidelidade ferrenha.
Mas a raça tem aversão natural a estranhos, aos quais pode encarar como ameaça. Por essa razão, é um dos cães mais usados para a vigilância de casas. Daí o estigma de cão perigoso, que levou a raça a ser proibida em países como o Reino Unido. A verdade, porém, é que ele cumpre com excelência seu papel de guardião, defendendo corajosamente seu território e seus tutores.
A escolha da raça como animal de estimação não é indicada a quem não tem prévia experiência. É essencial ao tutor exercer sua liderança sobre o pet o tempo inteiro, pois o elevado instinto de proteção faz com que possa se tornar agressivo diante de variadas situações. É preciso disposição e energia para dominar essa raça teimosa e segura de si. Um bom adestramento desde filhote contribui para a gradual socialização até a vida adulta.
O corpo vigoroso e imponente do fila brasileiro, que pode chegar a 75 cm de altura e pesar até 50kg, acumula grande quantidade de energia que precisa ser gasta em caminhadas regulares diárias e exercícios livres. O sedentarismo não combina com seu perfil e pode acarretar sérios problemas de obesidade. A raça, portanto, é inadequada para a vida na cidade. Precisa de espaços amplos para correr, seja uma área delimitada por muros, quintal ou um grande canil.
Fonte:Panorama PetVet