Estudo aponta potencial de vendas de ração industrializada
Consumo atual é de 4 milhões de toneladas, mas pode chegar a 9,1 milhões


Apenas 80,1 milhões de animais de estimação no Brasil consomem ração industrializada. Isso evidencia o enorme potencial de expansão do segmento de pet food em território nacional.
Atualmente, o país conta com cerca de 178 milhões de pets. Desse total, somente 45% consumiram ração comercial em 2024, correspondendo a aproximadamente 4 milhões de toneladas, um avanço de 7% em relação ao montante produzido em 2022.
A expectativa é que o Brasil possa mais que dobrar esse volume, alcançando até 9,1 milhões de toneladas nos próximos anos. Os dados foram divulgados durante o PetFood Forum Brasil, realizado em agosto, dentro da Pet South America.
No varejo, o mercado brasileiro de pet food movimentou R$ 40,8 bilhões em 2024, ou seja, 54,1% do total do setor pet no país. O desempenho significou um crescimento de 3,5% em relação a 2023 e garantiu ao Brasil 4,9% de participação no mercado global de rações para animais de estimação, colocando o país em terceiro lugar no ranking mundial, atrás apenas dos Estados Unidos e da China.
Segundo José Edson Galvão de França, presidente executivo da Associação Brasileira das Indústrias de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet), membro do conselho consultivo do Instituto Pet Brasil e colunista do portal Panorama PetVet, o número de pets também continua em ascensão. “Em 2024 houve um crescimento de 2,7% em relação a 2023, reforçando, mais uma vez, a força e a capacidade de expansão do segmento”, reforça.
Mercado de ração industrializada pode dobrar de tamanho até 2035
O mercado global de pet food deve quase dobrar de tamanho nos próximos dez anos, segundo uma nova análise da Future Market Insights (FMI). A consultoria projeta uma taxa composta de crescimento anual (CAGR) de 6,5% entre 2025 e 2035. O setor, atualmente avaliado em US$ 132,4 bilhões (R$ 725 bi), deve atingir a marca de US$ 247,7 bilhões (R$ 1,36 trilhão) até o fim do período.
O estudo aponta que o avanço é impulsionado por três fatores principais. São eles a humanização dos animais de estimação, a procura por alimentos premium e a busca crescente por nutrição personalizada, com foco em saúde preventiva e longevidade.
Ainda de acordo com o relatório, os alimentos convencionais devem continuar liderando o mercado, com 70% de participação prevista para 2025, impulsionados pela acessibilidade de preços e ampla distribuição no varejo.
No recorte por espécie, os cães seguem como protagonistas, com mais de 60% do market share. O percentual reflete o maior número de tutores e a crescente demanda por nutrição especializada.