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Bobi, o cão mais velho do mundo é português

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cão mais velho

O Guinness World Records conferiu, no início de fevereiro deste ano, a um cachorro português o título de cão mais velho do mundo. Bobi, um exemplar da raça rafeiro do Alentejo, conquistou o pódio da categoria aos 30 anos e 266 dias de idade. Um feito extraordinário já que a raça tem expectativa de vida de até 14 anos.

O mais curioso é que o livro dos recordes havia anunciado, duas semanas antes, que o almejado posto pertenceria a Spike, um chihuahua de Ohio, nos Estados Unidos, de 23 anos. A notícia correu o mundo e chamou a atenção do português Leonel Costa, de 38 anos, morador de Conqueiros, na região de Leiria.

Costa então tornou pública a existência de Bobi e comprovou a idade de seu pet com a apresentação de um documento autenticado pelo Serviço Médico Veterinário do município. Nascido em 11 de maio de 1992, as informações também constam do SIAC, um banco de dados de animais de estimação do governo português. Prestes a completar 31 anos, Bobi carrega uma história, ao mesmo tempo, triste e surpreendente.

Cão mais velho do mundo escapou de desfecho trágico

A mãe de Bobi, a cadela Gira, deu à luz a quatro filhotes na propriedade rural da família. Segundo o relato de Costa ao Guinness, o pai era caçador e já tinha muitos animais. Ao se ver sem condições de criar outros mais, decidiu sacrificar Bobi e seus irmãos, enterrando-os vivos em um canto do galpão. Apesar de cruel, era costume comum entre pessoas mais velhas, contou Costa.

Ele, que à época tinha 8 anos, ficou intrigado com o comportamento de Gira nos dias seguintes à dolorosa perda da ninhada. Ela voltava diariamente ao galpão onde seus filhotes haviam nascido. Movidos pela curiosidade, Leonel e os irmãos perceberam então que um deles havia sobrevivido, aparentemente camuflado entre pedaços de madeira.

Eles mantiveram segredo sobre o ocorrido até que Bobi tivesse forças para se erguer. Quando os pais descobriram o cãozinho escondido no galpão só restou integrá-lo à família. O atual tutor não sabe explicar como Bobi conseguiu escapar da morte. Muito menos a longevidade de seu pet, superior ao dobro da usual. Aliás, mamãe Gira também avançou na idade além do previsto para a raça, vivendo até os 18 anos, assim como outro cão da família que atingiu os 22 anos.

Vida tranquila e alimentação sem restrições

Costa acredita que o fato de viver longe do tumulto de grandes cidades, em um ambiente  calmo e acolhedor, tem contribuído para que Bobi venha superando as estatísticas em larga medida. O que parece ser ainda fruto do modo como ele tem sido criado. A dieta é a mesma da família humana, apenas os temperos são retirados. E bebe, pelo menos, um litro de água por dia.

Bobi também nunca usou coleira ou ficou preso em algum lugar e tem liberdade para circular por toda a propriedade. A convivência com outros cães e gatos é pacífica e solidária. A idade avançada, porém, tem trazido reflexos em sua saúde. Atualmente ele anda com dificuldade e a visão prejudicada faz com que não consiga se desviar de obstáculos pela casa. As trombadas com móveis e objetos no caminho são inevitáveis. Sem muita disposição, passa a maior parte do tempo descansando e tirando longos cochilos.

Paralelamente, o Guinness conferiu a Bobi a designação de cão mais velho de todos os tempos. O posto estava vago desde 1939. Até então, essa proeza era atribuída a Bluey, uma boiadeiro australiano que morreu naquele ano, aos 29 anos e 159 dias. Ele vivia em uma fazenda em Rochester, na Austrália e, assim como seu sucessor, era usado como cão de guarda de rebanhos bovinos.

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