Setor pet e veterinário concentram 49% dos créditos do BNDES
Percentual corresponde aos valores liberados em três anos, que somam R$ 201,4 milhões
O setor pet e veterinário mantém protagonismo quando o assunto são os financiamentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O segmento foi o que mais teve créditos concedidos no intervalo entre 2023 até setembro deste ano. No período, 365 empresas foram beneficiadas, de um total de 743 operações (49%), e movimentaram R$ 201,4 milhões em recursos.
Segundo apurado pelo Panorama Pet&Vet, a maior fatia ficou com a indústria de rações e pet food, que recebeu R$ 149,2 milhões, seguida pelas fabricantes veterinárias (R$ 43,6 milhões), pet shops (R$ 6,1 milhões) e distribuidoras (R$ 2,3 milhões).
Embora o montante total destinado ao setor tenha sido menor que no período anterior, entre 2020 e 2022, quando foram movimentados R$ 650,5 milhões, a representatividade segue elevada.
O crédito ficou mais distribuído e está chegando com mais força aos pequenos e médios empreendedores, que são os principais responsáveis por manter o crescimento do mercado.
Financiamentos do BNDES por subsegmento
(dados de 2023 a set/2025)

Crédito do BNDES reforça papel dos pequenos empreendedores no avanço do setor pet
Para Ricardo de Oliveira, CEO da consultoria Fórmula Pet Shop, o avanço é reflexo de um amadurecimento do mercado e a consolidação de um ecossistema que vem se profissionalizando. “Mais do que um dado financeiro, a representatividade de 49% revela um movimento importante. O crédito está chegando ao pequeno empreendedor, que é quem realmente sustenta o crescimento do setor”, conclui o especialista.
Segundo ele, os micros e pequenos empresários são os principais agentes de transformação nesse cenário, responsáveis por manter o ritmo de expansão mesmo diante da alta concorrência.
Grandes redes elevam o nível de competição
O avanço das grandes redes, como Petz, Cobasi e Petlove, e o fortalecimento de marcas regionais em expansão, a exemplo da Petcamp, vêm elevando o nível de competitividade e impulsionado a busca por eficiência. “O avanço dos grandes grupos aumenta o nível do jogo e empurra o pequeno varejo a buscar eficiência, gestão e diferenciação. E o crédito cumpre papel essencial nesse processo”, ressalta.
Mesmo quando os valores são modestos, o impacto é expressivo, especialmente no pequeno varejo e nos serviços de bairro. “Os valores emprestados são pequenos, mas o impacto é enorme. Cada loja modernizada, cada investimento em layout, treinamento de equipe ou equipamentos de banho e tosa gera efeito direto na economia local e fortalece toda a cadeia”, afirma.
Expansão reforça impacto do crédito e consolida o setor
O fortalecimento do crédito acompanha o ritmo de expansão do mercado. Segundo dados da Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet) e do Instituto Pet Brasil (IPB), o Brasil atingiu a marca de 322.246 estabelecimentos do mercado pet em 2024, um crescimento de 2,5% em relação ao ano anterior, que registrava 314.370 unidades.
Nos diferentes setores, a cadeia de distribuição teve um crescimento de 2,9%, passando de 200.775 pontos comerciais em 2023 para 2006.572 em 2024.
Apesar de ser menor em número, o setor industrial também cresceu, com um aumento de 3,8%, passando de 800 para 830 indústrias. Já os criadouros tiveram um aumento de 1,7%, totalizando 112.820 unidades em 2024, contra 110.949 no ano anterior.