O olfato dos cães, com 300 milhões de receptores, tem sido tema de estudos e pesquisas que mostram a capacidade dos cães em farejar doenças que afetam o homem. Essa habilidade já é conhecida pela ciência, mas pouco usada na prática. O fato é que os cães podem detectar o cheiro de certos compostos químicos em concentrações muito baixas que, em humanos, estão ligados a determinadas enfermidades.
Com o faro apurado, os cães hoje são considerados parceiros de trabalho de policiais em aeroportos e diversos outros locais, em busca de explosivos e drogas. Se bem treinados, eles também poderão, em breve, se tornarem grandes aliados da medicina em relação ao diagnóstico precoce de doenças. O que se sabe até aqui é que o animal tem condições de identificar, pelo menos, 10 diferentes tipos de moléstias.
A seguir, confira algumas das doenças identificadas pelo olfato dos cães
Câncer – estudos científicos revelam que inúmeros tipos de tumores – pulmão, próstata, ovário e intestino – podem ser reconhecidos pelo olfato do animal. Por exemplo, os cães treinados para detectar câncer de pulmão em amostras de ar humano o fizeram com precisão em 75% das vezes em que foram acionados. Cientistas da Niponiza Medical School, do Japão, mediram a capacidade de cachorros em identificar câncer de mama a partir de amostras de urina. O resultado mostrou que os animais atingiram 100% de precisão na tarefa.
Covid 19 – A pandemia impulsionou vários estudos com cachorros para a identificação de infecções ativas pelo coronavírus SARs-CoV-2. Cientistas da Universidade da Califórnia descobriram que a taxa de acerto dos cães, com tempo de espera pelo resultado de alguns segundos, é semelhante ao dos exames do tipo RT-PCR, considerados padrão ouro. Esses últimos, porém, levavam horas ou dias para o resultado ser conhecido.
Epilepsia – Segundo pesquisadores da Normandy University, da França, pessoas com essa condição produzem odores específicos. O pico desses odores ocorre na iminência das convulsões. O cheiro não é captado pelo homem, mas pode ser farejado por um cão com uma sensibilidade que varia de 60% a 100%. Assim, o pet poderia alertar pessoas em caso de crise convulsiva do tutor.
Diabetes – Os cães são capazes de detectar até o nível de açúcar no sangue de uma pessoa, fator fundamental para quem sofre de diabetes. A informação é de um estudo publicado pela pela revista científica online PLoS ONE. Para pesquisadores da University of Bristol, do Reino Unido, esses cães poderiam auxiliar pacientes diabéticos no dia a dia.
Malária – Para cachorros treinados, o odor e o suor dos pés pode indicar a presença do parasita Plasmodium, causador da malária, mesmo que o indivíduo seja assintomático. O estudo foi publicado na revista The Lancet Infectious Diseases.
Narcolepsia – Distúrbio crônico do sono cujo efeito é provocar sonolência excessiva durante todo o dia, a narcolepsia ainda é pouco conhecida. Em alguns casos, a pessoa pode simplesmente apagar em uma atividade rotineira como, por exemplo, ao dirigir um carro. Pesquisadores do Instituto de Investigaciones del Sueño, da Espanha, descobriram que o olfato canino pode identificar a condição com 90% de precisão. O estudo foi publicado na revista Semergen.
Enxaqueca – Estudo da revista Journal of Alternative and Complementary Medicine indicou que, mesmo sem treinamento, cães domésticos muito ligados a seus tutores identificam quando seus “pais” terão crises de enxaqueca. Para chegar a essa conclusão, pesquisadores da University of Pittsburgh entrevistaram mais de mil pessoas acometidas pelo distúrbio. Segundo os entrevistados, duas horas antes da crise, em média, os pets ficaram olhando fixamente e quiseram ficar mais próximos de seus tutores.
Estresse – Uma equipe de pesquisadores da Queen’s University Belfast, da Irlanda do Norte, descobriu que o estresse humano tem um odor específico, que também pode ser farejado pelos cães. No experimento, os animais identificaram todos os indivíduos estressados incluídos nos testes, sem a necessidade de informações adicionais como sinais visuais e alteração na voz.