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Plena Alimentos investe em fábrica de comida para pets

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Há 31 anos no mercado, nascida em Minas Gerais, a Plena Alimentos investiu R$ 25 milhões para começar a operar com snacks naturais, e agora virão outras etapas de investimento nesse mercado de comida para pets.

O braço frigorífico do grupo tem o maior confinamento de bois da América Latina.

Neste ano, a projeção é de abater próximo de 380 mil cabeças de gado.

Com o desafio de faturar R$ 3 bilhões neste ano, Roberto Oliveira, diretor comercial da empresa, conta os planos futuros para a companhia.

A seguir, a entrevista à coluna Minas S/A de O Tempo:

São quantas unidades da Plena Alimentos?

A Plena Alimentos é o braço frigorífico do grupo. É responsável pelo abate, desossa, processamento e distribuição de toda a nossa carne. Tem hoje duas unidades em Minas Gerais, uma unidade em Goiás e uma unidade em Paraíso do Tocantins, no Estado de Tocantins. Dentro do grupo também temos o braço agropecuário, que é a nossa Fazenda Grande Lago, que tem uma unidade em Jussara, em Goiás – que é o maior confinamento da América Latina, com capacidade de 180 mil bois por ano –, e temos também a Agropecuária Grande Lago Minas Gerais, na cidade de Igaratinga. E temos ainda dentro do grupo outro negócio de armazenagem logística, que tem três unidades hoje no Estado de Minas Gerais.

Como foi esse processo de abranger todas as unidades de negócio de uma empresa com essa de proteína bovina?

A Plena nasceu de um açougue, projeto que os três sócios começaram – Claudio Ney de Faria Maia, Marcos Antônio de Faria Maia e Dênio Altivo de Oliveira –, depois veio um frigorífico para poder sustentar essa rede de açougues, que chegou a ter 26 lojas, e depois saindo do varejo para nos tornarmos indústria. Então a Plena Alimentos é o principal negócio do grupo.

A Agropecuária Grande Lago é o maior confinamento do Brasil, como funciona?

Foi um negócio que nós iniciamos em 2017. É uma fazenda com capacidade para 75 mil bois estático (capacidade que tenho para colocar os bois neste momento). Isso quer dizer mais ou menos 180 mil bois por ano (é o giro dos bois num ano, de acordo com o peso e a idade deles). É uma fazenda de confinamento de terminação, então ali recebemos bezerros e garrotes que vão ser terminados para a industrialização, para abate e desossa.

Qual é o tamanho da fazenda?

Ela é fornecedora de uma parte do que a gente abate no dia a dia. Não é nossa única fornecedora. Temos hoje, além da fazenda, mais de 3.000 CNPJs de outros pecuaristas que são fornecedores do grupo.

Como está o plano plurianual da Plena Alimentos?

Para este ano especificamente a gente tem uma ideia de investimento na casa de R$ 90 milhões com a modernização da planta de Contagem (na região metropolitana de Belo Horizonte), alguns ajustes na planta de Pará de Minas, mas também em Porangatu, em Goiás: a gente vai começar também neste ano, para terminar no início do ano que vem, a construção de uma nova unidade de desossa. Então a Plena está explorando organicamente a sua capacidade produtiva. Sobre diversificação, a gente precisa trazer também possíveis negócios. A gente começou no ano passado a questão do alimento pet. É um cenário em que começamos a trabalhar agora e construímos uma planta nova em Tocantins. A Petsko tem agora um período de maturação, em que a gente vai aprender junto com o mercado para atender esse mercado também e, principalmente, nas nossas linhas de produto.

O principal negócio da Plena continua a ser mesmo o frigorífico. Como é o abate e a comercialização de carnes?

Trabalhamos no ano passado com aproximadamente 340 mil cabeças abatidas. Isso tem uma geração e produção de 150 mil toneladas por ano. A gente tem uma ideia de uma projeção entre 15% e 17% de crescimento este ano, chegando próximo de 380 mil cabeças.

Roberto, você está há 13, 14 anos na Plena, não é?

Estou fazendo 14 anos agora em maio. Tenho participado ativamente do projeto de expansão. Nós temos um planejamento de vários anos, trabalhamos com uma visão de dez anos pelo menos. E participei em 2015 com um planejamento que estamos encerrando em 2025, e esses anos me permitiram acompanhar esse crescimento massivo do grupo, que é bem-estruturado, é muito bem-desenhado estrategicamente para essa evolução.

Como faz agora para crescer? É continuar com a ajuda de financiamentos ou é a busca de novos sócios de joint venture ou até mesmo abertura de capital?

A gente busca a evolução corporativa de governança, de estruturação de capital, independentemente de um futuro. Nesse sentido, ou de abertura de capital, ou de uma parceria de joint venture, nosso crescimento parte muito da nossa necessidade de entendimento de que nós precisamos crescer, que, se nós estivermos evoluídos nesse sentido, nosso crescimento vai ser mais sustentável. Hoje não é o objetivo da Plena uma parceria. Mas te falo também que é algo que a gente não quer? Não.

E a abertura de mercado na Bolsa de Valores? Passa pelo escopo de a empresa pensar numa abertura de capital, ter acionistas, em ir para Bolsa ou lançar debêntures?

Nosso planejamento estratégico é estarmos prontos para isso. Nossa governança está sendo preparada para poder ter melhor gestão, para ser auditada pelos principais institutos mundiais. A gente tem uma empresa sólida e bem-estruturada para que essa decisão no futuro seja mais palpável. Sim ou não é difícil falar hoje se a gente vai abrir o capital.

Mas não existe na Plena Alimentos um planejamento de em 2023 ou 2024 abrir capital?

Não tem essa questão tão fechada assim. Não temos uma data referencial para esse projeto. E o nosso desenho hoje, como eu disse, na governança é estarmos bem-estruturados ano a ano para poder estar preparado se for uma oportunidade que nós julgarmos viável.

A Plena nasceu em Minas Gerais há 31 anos. Qual é o olhar dela em relação a Minas Gerais?

Minas Gerais é o nosso berço, onde funciona o nosso QG, aqui estão toda a diretoria executiva e todo o nosso quadro corporativo. Mas nós temos outras unidades pelo Brasil, porque estrategicamente é preciso que eu tenha essa capilaridade, porque, além de atuar em todo o Brasil, tem mais 40 países (para os quais exportamos). Então, para o fluxo de documentação, para alinhamento de processos, é necessário que tenha alguns escritórios-base para nos auxiliar nesse dia a dia.

São quantos produtos atualmente?

Dentro da nossa linha de supercongelados, hoje temos 14 produtos. É onde a gente tem produto que passa por esse processo de congelamento, e nos cortes bovinos a gente tem 300 SKUs (unidades de venda).

Atualmente o principal mercado da Plena é para qual classe, A, B, C, D, tem uma específica que a gente possa dizer?

O boi, a Plena é pra todo mundo. Eu vou ter dentro do meu portfólio produto que atenda da classe AA à classe E. Preciso trabalhar nesse sentido, eu vou ter realmente um produto superelaborado, mas eu tenho na linha de supercongelado, por exemplo, um almôndega de frango, almôndegas de carne moída, que eu levo com preço mais acessível, que vai fazer parte daquele cardápio da família.

Atualmente são quantos pontos de vendas?

A gente tem hoje 8.000 pontos de vendas ativos, que nós usamos como base de distribuição dos nossos produtos. Trabalhamos o atendimento desses 8.000 pontos de venda por meio das nossas indústrias. Nós não trabalhamos com centro de distribuição avançado, então é um número bem significativo nesse modelo de negócio. Da minha indústria, eu atendo 8.000 pontos.

Como está o crescimento do faturamento da Plena?

Nosso maior volume ainda é o mercado interno. Então a gente tem uma proporção aproximadamente de 65% a 70% de mercado interno e 30%, 35% de mercado externo.

São 2.500 funcionários, esse número também aumenta o volume nos próximos anos?

Aumenta porque a gente tem toda aquela parte de investimentos na modernização tecnológica. Mas a nossa indústria tem uma característica de muita mão de obra. Então no maior crescimento que acontecerá em Porangatu (GO), onde teremos uma planta nova de desossa, vamos contratar acima de 200 funcionários, e os crescimentos pontuais nas outras unidades, tanto na unidade corporativa quanto nas demais unidades do grupo. A família vai crescer.

Qual é a estratégia da Plena ao abrir uma fábrica só para o mercado pet?

A gente participava desse mercado de forma indireta, como fornecedores de matéria-prima, e, com essa consolidação e crescimento do mercado pet no Brasil, a gente viu isso como uma oportunidade, um novo canal que nós poderíamos explorar para aproveitar a nossa matéria-prima.

Como funciona uma fábrica de comida para pets?

O alimento pet tem duas segmentações nesse canal muito específico. Nós temos a questão dos snacks naturais, que são as gerações dos subprodutos do osso, do esôfago, da bexiga, da orelha, são as partes naturais. E tem a parte que a gente chama de “industrializados”, que são aqueles pequenos biscoitinhos, os snacks, que são industrializados para esse animal também. Nós buscamos essa região porque ali temos diversos outros frigoríficos que no futuro podem ser nossos fornecedores.

Qual foi o investimento nessa fábrica de comida para pet?

Investimos nessa primeira etapa R$ 25 milhões para começar a operar com os snacks naturais, e agora vão vir por etapas outros investimentos.

Como é a capacidade instalada da fábrica para comida pet?

Do que ela está produzindo hoje, essa fábrica tem uma capacidade de quadruplicar no futuro com o jeito mineiro de fazer e de ser, de dar passos consistentes e bem-pensados, bem-planejados. A gente começa agora com essa parte dos snacks. Depois, no segundo momento, a gente vem para industrializado também, consumindo a nossa matéria-prima, para depois captarmos matéria-prima de terceiros.

Esses produtos que saem da comida pet, que sai de Paraíso do Tocantins, que é a fábrica, têm um mercado externo mais promissor?Tem Estados Unidos, Canadá, ou é mesmo onde tiver oportunidade a Plena vai querer vender?

A ideia realmente começou com Estados Unidos, que é o maior mercado consumidor do mundo, então a gente começa a trabalhar com eles para esse início de produção.

E na geração de empregos, essa é uma fábrica que demanda muita gente ou ela é mais automatizada?

A gente fala muito de tecnologia, de diminuir mão de obra, mas tem muita coisa que é insubstituível. Essa planta (de comida para pets) já começou a operar com 90 novos colaboradores, e em cada fase de expansão vem um grupo a mais de colaboradores para poder fazer parte disso. A gente sempre tenta trazer o mais moderno possível na condição de entregar o melhor produto, mas a gente precisa do ser humano, do colaborador, precisa agregar para a sociedade, trazendo as pessoas, e melhorar um pouco a vida da nossa comunidade.

A Plena faturou em 2020 R$ 1,88 bilhão. Em 2021 qual foi o faturamento e qual é a perspectiva de retomada do mercado?

Em 2021 fechamos com aproximadamente R$ 2,6 bilhões no grupo. Tivemos um bom ano.

E o resultado de 2022, o que vocês esperam?

A gente acredita muito na retomada do consumo, mundialmente falando. A expectativa é continuar crescendo, temos um desafio de R$ 3 bilhões para 2022, este é o nosso número.

Nos próximos anos qual é a projeção?

O crescimento estamos prospectando algo próximo de R$ 400 milhões por ano. Continuamos com planos de expansão. Para 2023 tem o plano da planta de Porangatu, em Goiás (de bovinos). Organicamente temos capacidade de levar um crescimento expressivo por mais dois anos ou três anos.

Fonte: O Tempo

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