Um estudo inédito feito com cerca de 2 mil médicos-veterinários brasileiros acaba de ser divulgado. Os resultados mostram que o nível de estresse é um dos principais desafios para 93% desses profissionais, sendo que para 72% deles é um problema crítico. Outro fator preocupante é a sobrecarga de trabalho: 50% dos respondentes trabalham mais horas do que gostariam e 42% trabalham sempre ou frequentemente nos finais de semana, feriados ou à noite.
Os dados são de um levantamento realizado pela Kynetc, empresa especializada em pesquisa em saúde animal, com a orientação da Psicóloga e Professora MSc. Bianca Gresele, patrocinado por Bravecto, antipulgas e carrapatos da MSD Saúde Animal, e em parceria com a Associação Nacional de Clínicos Veterinários de Pequenos Animais (Anclivepa), World Small Animal Veterinary Association (WSAVA) e Associação Brasileira em Prol da Saúde Mental na Medicina Veterinária (Ekôa Vet). O objetivo é mapear como os veterinários de animais de companhia se sentem com relação à sua carreira e o cotidiano da profissão e nortear iniciativas da MSD Saúde Animal para minimizar as dificuldades enfrentadas por eles, para, dessa forma, auxiliar na melhora da qualidade de vida dos profissionais que cuidam da saúde dos nossos animais.
Apesar do tema “saúde mental” ter ganhado atenção nos últimos anos, ainda é um assunto sensível de ser abordado, principalmente no âmbito profissional, e isso não é diferente na rotina da medicina veterinária. A profissão de alta assistência é constituída por pessoas com grande desejo de cuidar e zelar pelos animais, mas que vivenciam muitas situações desafiadoras, entre elas a necessidade de realizar eutanásia, que, de acordo com 74% dos participantes do estudo, é um dos momentos mais difíceis da profissão. Esse é um dos pontos que colabora para que 84% dos veterinários se sintam ansiosos, deprimidos ou irritados.
A pandemia de COVID-19 foi outro fator que impactou a qualidade de vida desses profissionais. O estudo mostra que, na medicina veterinária, o período aumentou a exposição à doença para 55% dos respondentes e resultou em maior sobrecarga de trabalho para 35%, muito em decorrência da equipe reduzida devido ao afastamento (32%). Por fim, a capacidade de se aposentar ou sair da profissão confortavelmente é uma preocupação para 92% desses profissionais.
“Aqueles que buscam a medicina veterinária fazem por um desejo empático de cuidar dos animais, mas muitas vezes não recebem informação do quanto precisarão trabalhar com pessoas e ter cuidado com os tutores, que geralmente estão emocionalmente abalados. As mudanças crescentes do papel dos animais de companhia na sociedade contemporânea também pode ser um fator que contribui para o estresse relacionado ao trabalho na profissão, com o aumento da demanda, exigências e expectativas dos tutores. Por tudo isso, a pesquisa é de extrema importância para compreensão desses fatores estressores e para buscar medidas de prevenção/proteção, visando mitigar o desgaste, fadiga e estresse ocupacional da profissão”, afirma a Psicóloga e Professora MSc Bianca Gresele.
A maioria dos participantes (90%) acredita e reconhece que o tratamento voltado à saúde mental os auxilia a ter uma vida mais saudável, mas uma parte afirma que não utiliza métodos efetivos. Mais da metade dos profissionais não usam medicamentos para tratar um problema mental ou emocional (54%), e 68% não fazem sessões de psicoterapia, embora 40% sinalizaram que desejaram realizar um tratamento de saúde mental ou fazer sessões de psicoterapia nos últimos 12 meses, mas não conseguiu. Dos respondentes, 77% não têm um programa de assistência aos funcionários em seu local de trabalho.
“Esse é um dado importante, mostra que estamos no caminho certo de trazer o olhar mais atento para a profissão e colocar em prática iniciativas que auxiliem na melhora da vida do médico-veterinário, já que foi comprovado pela pesquisa que ações que colaboram com o tratamento à saúde mental serão bem-vindas para o setor e reforçarão a Saúde Única, que integra o cuidado com os animais, as pessoas e o meio ambiente”, diz Daniela Baccarin, médica-veterinária e gerente de soluções estratégicas e serviços Pet para médicos-veterinários da MSD Saúde Animal.
Reconhecimento e amor à profissão
Apesar de todos os desafios enfrentados, o estudo mostrou que 73% dos médicos-veterinários gostam do que fazem e 84% reconhecem que o seu trabalho contribui positivamente para a vida das pessoas. Mais da metade (69%) não se arrepende de ter se tornado veterinário e 66% trabalham com afinco, a ponto de não perceber as horas passarem. Grande parte deles (73%) se encontra satisfeito com a prática profissional e concorda que o trabalho clínico é gratificante (71%).
Já em relação ao trabalho dentro das clínicas veterinárias, ocupação de 1.473 veterinários participantes, mostra que 45% dos estabelecimentos têm até três veterinários trabalhando em tempo integral. Os profissionais que atuam nesse segmento classificaram o ambiente de trabalho como calmo (36%) e com abordagem colaborativa (49%). Cerca de 84% dos participantes disseram que possuem controle total ou parcial sobre a agenda de consultas (62%) e o ritmo de trabalho (57%). Além disso, 83% declararam que os clientes ficam satisfeitos e 86% que oferecem medicina de qualidade. Boas notícias para a área!
“São dados que mostram que, apesar dos desafios, esses profissionais são engajados e essenciais e que a assistência e valorização deles é algo urgente e precisa ser olhado pelas empresas, associações e toda a sociedade”, analisa Daniela.
Iniciativas visam sanar as necessidades do médico-veterinário
Com todos os dados obtidos, fica evidente a necessidade de iniciativas para suportar a qualidade de vida desses profissionais e diminuir o impacto do estresse na rotina veterinária. A MSD Saúde Animal, antes mesmo da pesquisa, tem se movimentado para apoiar o veterinário e colaborar com o seu desenvolvimento no mercado.
O Bravecto, por meio do programa de bem-estar voltado aos médicos-veterinários, também vai usar os achados da pesquisa para continuar os apoiando com iniciativas para suportar o seu desenvolvimento profissional e pessoal, incluindo saúde e bem-estar.
Outro exemplo é a Universidade Corporativa MSD Saúde Animal, que oferece trilhas de conhecimento tanto em hard quanto soft skills. São assuntos extremamente necessários no contexto da pesquisa e que, quando trazemos competências comportamentais, normalmente não são desenvolvidos nas universidades, a exemplo dos cursos sobre inteligência emocional e gestão das emoções no trabalho; condução de conversas difíceis e comunicação não violenta, e planejamento do tempo e gestão de tarefas, entre outros. A universidade está disponível para todos os estágios da profissão, desde estagiários até líderes, para diversas áreas de atuação, por meio de um acesso completo a uma jornada de desenvolvimento, não só com materiais, mas também workshops, palestras e eventos.
Lançamento de nova trilha específica para saúde mental dos veterinários
Pensando nos resultados e em como suportar esses dados, a unidade de negócios de animais de companhia criou uma trilha dentro da Universidade Corporativa da MSD Saúde Animal sobre saúde mental para os veterinários. A trilha é apresentada pela psicóloga Bianca e dividida em três módulos.
O primeiro módulo, com quatro aulas, traz uma introdução sobre saúde mental, a importância do autoconhecimento e bem-estar e qualidade de vida. Já o segundo, com cinco aulas, aborda sobre depressão, ansiedade, bornout e suicídio. E, por fim, o terceiro, com nove aulas, promove temas como o processo de luto, perda dos pets, fatores estressores da profissão, comunicação na área e como comunicar más notícias.
Os interessados podem se cadastrar pelo link.
“A criação dessa trilha foi baseada nos resultados da pesquisa. A ideia foi trazer um programa que contribuísse com as necessidades da saúde mental dos veterinários. Queremos reforçar a importância do olhar para a medicina veterinária, que é uma profissão essencial e nos ajuda a exercer nosso propósito, de melhorar a vida das pessoas e a saúde e o bem-estar dos animais”, finaliza a gerente de soluções e estratégias da unidade de negócio pet da MSD Saúde Animal.
Para saber mais acesse o portal da UMSD e do Bravecto.