Mais de 60% dos lojistas do setor pet são da geração Z
Pesquisa foi realizada durante a Pet South America


Seis em cada dez lojistas do setor pet pertencem à geração Z – nascidos entre 1997 e 2012 –, e a maioria desses empreendedores está concentrada na Região Sudeste. Os dados fazem parte de uma pesquisa realizada pela Pet 4 Agency, em parceria com a organização da Pet South America. Leia a íntegra.
O levantamento ouviu 764 profissionais durante a feira do ano passado, sendo 403 empreendedores do varejo e 361 influenciadores. A empresa realizou mais uma pesquisa de mercado no evento que aconteceu este ano, entre os dias 13 e 15 de agosto, e os resultados serão divulgados em novembro.
“Na pesquisa de 2024, vimos o desequilíbrio de marketing entre quem está na ponta. Nesta, buscamos entender como a inteligência artificial impactou esse cenário, ampliando o estudo para todo o setor”, explica Pedro Farias, diretor comercial da Pet 4 Agency.
Realizado no segundo semestre do ano passado, o estudo também revela a percepção dos lojistas em relação às estratégias de marketing. Entre os entrevistados, 20% disseram “saber tudo” ou terceirizar essa atividade quando não dominam o assunto. Outros 50% afirmaram que querem investir, mas esbarram na falta de tempo ou conhecimento, enquanto 30% assumiram não saber ou preferiram não promover nenhuma ação.
Outro dado relevante é a distância entre marcas e lojistas. De acordo com o levantamento, 22% informaram não receber ações ou materiais promocionais. Entre aqueles que recebem, muitos acabam descartando por considerarem a comunicação pouco adequada.
Segundo os entrevistados, materiais com excesso de informação, baixa qualidade ou estilo que não se harmoniza com a identidade visual da loja tendem a ser ignorados. Fatores como falta de espaço, pouco estoque de determinada marca, ou a ausência de influenciadores alinhados ao negócio também pesam na decisão de não utilizar o material promocional.

Lojistas do setor pet estão presentes em duas redes sociais
Instagram e TikTok são os principais canais de divulgação usados pelos lojistas e influenciadores. A maioria das ações acontece por meio de collabs, publicidades e postagens patrocinadas.
A maior parte dos lojistas (90%) acredita que a atuação desses profissionais contribui para atrair ou reter clientes. No entanto, apenas 38% revelaram ter realizado alguma ação com esses criadores de conteúdo. Além disso, um em cada três lojistas admite não conhecer nenhum pet influencer, o que mostra um cenário promissor, mas ainda carente de estrutura e conexão.
Médicos veterinários e tutores são vistos com o mesmo nível de influência. E na hora de negociar, a permuta é o principal formato, com destaque para a troca por serviços.
Microinfluenciadores são maioria
A pesquisa também indicou que 65% da amostra é formada por micro ou médios influenciadores, respectivamente com 10 mil a 50 mil seguidores ou 50 mil a 500 mil. O foco da maioria dos conteúdos está nos animais domésticos, principalmente cães e gatos. Até então, 45% dos influencers presentes no estudo ainda não monetizam com o conteúdo produzido, ou seja, contam com permuta e recebidos como principal forma de negociação.
“Com os dados, confirmamos a existência de uma lacuna de maturidade dos lojistas, que, muitas vezes, cuidam sozinhos do marketing e têm baixo investimento. Por outro lado, os influenciadores mostram sinais de profissionalização, mas ainda enfrentam desafios para negociar, gerar retorno e manter autonomia criativa”, avalia Farias.
Mesmo que poucos varejistas tenham realizado ações com influenciadores, muitos reconhecem nesses perfis atributos como visibilidade, credibilidade e alcance. Mas suas expectativas são maiores, já que esperam que esses criadores atraiam um público qualificado, ampliem a base de clientes e entreguem resultados concretos. Mais do que alcance, os empreendedores do varejo buscam engajamento real, métricas consistentes e experiências autênticas com os produtos.