O mercado pet encontra em uma cidade do interior paulista um de seus principais polos de investimento. Segundo o Sebrae, Cafelândia concentra 88 empresas do setor mesmo tendo uma população de 16.654 habitantes – um estabelecimento a cada 189 pessoas. As informações são do portal G1 Bauru e Marília.
O município está distante 409 quilômetros da capital São Paulo e recebeu, inclusive, o selo de Arranjo Produtivo Local (APL) do governo estadual. O certificado não apenas posiciona a cidade como um centro expressivo de distribuição do segmento, como também representa um aval para facilitar o acesso a financiamentos e capacitar mão de obra especializada.
Um dos exemplos é o de Walmir Aparecido Luiz. O empreendedor inaugurou uma fábrica de produtos pets em 2018. “A gente embarcou nesse mercado e começou a criar novos produtos e chegaram mais pessoas. A gente começa como microempreendedor individual e depois vão chegando mais funcionários e Graças a Deus deu certo o negócio”, destaca.
Atualmente, a fabricante mantém vendas para todo o Brasil por meio online e também via distribuidoras. Emprega 19 funcionários.
“É um mercado que tem muito a crescer e muitas empresas estão se desenvolvendo com isso. Ainda é possível trabalhar esse setor, são muitos nichos que podem ser inovados e trabalhados. Então no mercado interno ainda há muito que crescer e espaço para que o empreendedor possa atuar”, comenta Amanda Alcantara Parejo, analista de negócios do Sebrae.
Mercado pet tem Brasil como 3º do mundo
O mercado pet no Brasil registra um salto impressionante no ranking global do setor. Da 7ª colocação em faturamento há dois anos, o país já alcançou o terceiro lugar e só perde para Estados Unidos e China.
Os dados integram uma análise do Banco Mundial e da Euromonitor, que considera a performance estimada do segmento nos últimos 12 meses até junho de 2023. Com receita próxima dos US$ 17 bilhões (cerca de R$ 81 bilhões), o Brasil detém 4,9% do market share mundial.
Esse resultado corresponde a 35% de crescimento em relação ao recorde de R$ 60 bilhões computado no ano passado. Desde 2021, o país ultrapassou os três mercados mais abundantes da Europa – Alemanha, Reino Unido e França –, além do Japão.
Os Estados Unidos mantêm a dominância setorial, com movimento de mais de US$ 149 bilhões e participação de 44%. A vice-líder China responde por 8,7% do total e somou vendas de US$ 29,6 bi.
O mercado pet no Brasil ganha fôlego proporcionalmente à aceleração de novos empreendimentos. De acordo com o Sebrae, o varejo pet registrou a abertura de 18,2 mil PDVs desde julho do ano passado, dos quais 15,5 mil pertencem a microempreendedores individuais.
“A pandemia foi uma virada para o setor, a partir do rápido aumento no número de animais de estimação no país. E os pequenos e médios pet shops, donos de 48% do faturamento, vêm pegando carona nesse movimento com a digitalização e reforço na entrega de serviços aos tutores”, acredita Vanessa Lima, gestora estadual do Sebrae-SP.
O potencial do mercado pet nacional ganha ainda mais notoriedade quando o assunto é a contribuição para o Produto Interno Bruto (PIB). O Brasil é líder nesse quesito entre os dez países com maior faturamento no setor.
A representatividade do segmento chega a 0,386%, segundo análise da Vetnil com base em indicadores do Banco Mundial e da Euromonitor. O percentual era de 0,36% há dois anos, mas suficiente para posicionar as empresas pets imediatamente à frente dos mercados de utilidades domésticas e automação industrial.
Duas nações da América Norte ocupam o segundo e terceiro lugares – Estados Unidos e Canadá, com 0,258% e 0,228%, respectivamente. A Ásia está na lanterna com Japão e China.