Fusão entre Petz e Cobasi avança para aprovação no Cade com restrições
Estudo identificou que em 329 localidades a participação combinada de Petz e Cobasi ultrapassaria 40% do mercado local
A fusão entre Petz e Cobasi entrou na fase decisiva no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e deve ser votada na próxima quarta-feira (10), última sessão ordinária do Cade neste ano. A tendência, segundo apurou a Folha de S.Paulo, é de que a operação seja aprovada, porém com restrições específicas por cidade e região, modificando substancialmente o cenário projetado meses atrás pela área técnica do órgão.
Em junho, a Superintendência-Geral havia autorizado a transação sem impor qualquer condicionante. Mas o movimento de pressão exercido principalmente pela Petlove, uma das principais concorrentes do setor, levou o Cade a reabrir o debate, realizar audiência pública e aprofundar a análise sobre a real estrutura do mercado de varejo pet no país.
Caso não seja julgada até o fim do ano, hipótese improvável neste momento, a fusão seria automaticamente aprovada, mantendo as condições sugeridas inicialmente pela Superintendência-Geral.
Estudo aponta domínio de mercado local entre Petz e Cobasi
A nova nota técnica protocolada pelo Cade na última quarta-feira (3) apontou que, embora o mercado pet brasileiro seja pulverizado e composto por pet shops de diferentes portes, supermercados e agrolojas, a distribuição de participação de mercado varia intensamente de uma localidade para outra.
O estudo identificou 166 mercados locais nos quais a fusão não representaria risco concorrencial e poderia ser aprovada sem ressalvas. Mas em 329 localidades a participação combinada de Petz e Cobasi ultrapassaria 40%, exigindo escrutínio maior para avaliar se a operação poderia favorecer o exercício de poder de mercado.
Aplicados os filtros de rivalidade, capacidade de entrada e porte de concorrentes, a área técnica encontrou 173 mercados que merecem análise aprofundada, e, entre eles, 40 localidades onde não foi possível afastar preocupações competitivas. É justamente nesses pontos que devem incidir os chamados “remédios concorrenciais”, como restrições operacionais, desinvestimentos ou ajustes na atuação pós-fusão.