Cade aprova fusão da Petz e Cobasi com restrições
Gigante do varejo pet tem receita combinada estimada em R$ 7 bilhões, mas precisará se desfazer de até 30 lojas
O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou, nesta quarta-feira (dia 10), com restrições, a fusão entre Petz e Cobasi. A principal condição é a venda de 20 a 30 lojas no estado de São Paulo, a maioria localizada na capital. O órgão não detalhou quais unidades serão incluídas na operação para não prejudicar o processo de venda.
Entre os principais interessados na compra das lojas estão as concorrentes Petlove e Petcamp, que já sinalizaram interesse para adquirir os pontos colocados à venda, o que pode ter facilitado a execução do “remédio”.
Segundo o relator José Levi, concentrar a alienação em um único estado permite “reforço competitivo” na região que apresentou maior preocupação concorrencial. A proposta foi acompanhada por quase todo o Tribunal, com exceção da conselheira Camila Alves, que afirmou não ter segurança sobre a escolha das lojas indicadas para venda. “Mesmo após o remédio, vamos ter quantidade importante de mercados que se mantém problemáticos”, apontou.
Além da alienação das lojas, o Cade impôs outros remédios comportamentais, como restrições a cláusulas de exclusividade, segundo informações da Folha de S. Paulo.
A transação, anunciada em agosto de 2024, une duas redes que afirmaram ter 11% cada uma do mercado pet brasileiro. Pelo acordo, os acionistas da Cobasi terão 47,4% da nova companhia, enquanto os da Petz ficarão com 52,6% e receberão R$ 400 milhões, dos quais R$ 130 milhões serão pagos como dividendos.
Com a fusão, a nova empresa deve alcançar receita bruta anual de cerca de R$ 7 bilhões e gerar sinergias de aproximadamente R$ 330 milhões.
Antes da decisão final, a Superintendência-Geral do Cade havia aprovado a operação sem restrições, o que gerou forte reação de concorrentes. Para a Petlove, representada pela advogada Barbara Rosenberg, Petz e Cobasi são “as únicas duas grandes redes integradas com escala, poder de compra, densidade geográfica, estratégia unicanal e força de marca”, o que configuraria um duopólio.
Já Petz e Cobasi defenderam que o mercado deve considerar também a força dos canais digitais, como o e-commerce, citando empresas como a própria Petlove. As duas afirmam que a operação busca sobretudo ganhos de eficiência e redução de custos.
O Cade avaliou que o mercado pet brasileiro é amplo e heterogêneo, formado por redes especializadas, comerciantes independentes, supermercados e agrolojas.