A injusta má fama do filhote de pitbull


A aparência – cabeça e focinho largos e grandes – pode até causar medo, mas o filhote de pitbull, injustamente rotulado de cão feroz, está longe de corresponder a essa fama. Pelo contrário, é uma das raças mais amigáveis e apegadas ao dono. Tudo depende da forma como o doguinho é criado. Uma socialização bem-feita nos primeiros meses de vida evita atitudes consideradas reprováveis e que contribuíram para a construção do estereótipo de cão violento.
O ideal é que o futuro tutor de um filhote do american pitbull terrier, o original da raça, aguarde até ele completar dois meses de vida antes de levá-lo para casa. É o tempo suficiente para que seja amamentado pela mãe. Como é uma raça relativamente grande e que cresce rápido, o leite materno ajuda a fortalecer ossos e articulações e elevar a imunidade. Depois dessa fase, a dieta – seca, natural, crua ou cozida – pode ser reforçada com suplementos alimentares.
Teimosia de filhote de pitbull exige firmeza do tutor
Uma vez instalado em seu novo lar, é fundamental estabelecer os laços do pet com a família e o ambiente. Os pitbulls são inteligentes, receptivos aos treinos e mostram-se ansiosos para agradar as pessoas . A teimosia, no entanto, característica da raça, exige do tutor “mão firme” para se fazer respeitado pelo filho de quatro patas.
A energia e o entusiasmo, outros traços marcantes de sua personalidade, precisam ser direcionados adequadamente. Deixá-lo explorar a casa, fazendo com que ele saiba qual é o seu espaço, onde pode ou não pode subir, onde dormirá, fará suas necessidades, horários para comer e para passear e gastar energia são formas de impor limites.
O adestramento não costuma ser complicado desde que comece cedo. Ele aprende a obedecer comandos por meio de expressões simples: “sente”, “fique parado”, “venha aqui” e outras “ordens” em tom enfático. O condicionamento pode ser feito na hora de dar comida, quando estiver pulando sobre alguém ou em situações de risco – correr atrás de carros ou ir para o meio da rua.
Treinamento insistente
Pode levar algum tempo para que o cão assimile todos os comandos. Então, fundamental é ter paciência e não ficar bravo quando ele faz algo errado ou inadequado. Ameaçá-lo com uma punição vai fazer com que passe a temer o próprio tutor. Em vez disso, o melhor é incentivá-lo a repetir a ação e premiá-lo com algum petisco quando ele acerta. O reforço positivo contribui para construir uma relação de confiança entre ambos.
Pessoas sem disponibilidade de tempo são desaconselhadas a ter um cãozinho da raça, que exige dedicação e responsabilidade de seu dono. Ele precisa gastar energia com exercícios, corridas regulares e caminhadas curtas, que vão aumentando de duração à medida que cresçam. Contratar um adestrador com experiência pode ser uma solução pois o cão necessita de disciplina desde filhote. Até os 3 anos, ele ainda não amadureceu completamente.
Espaços amplos para brincadeiras
Até na hora da diversão é necessário redobrar os cuidados. O pittbull não tem noção de sua própria força. Por isso, pode ferir as pessoas sem querer durante brincadeiras mais agitadas. O ideal é haver um espaço amplo no qual possa correr à vontade. Jogar objetos para que ele os alcance e os traga de volta a quem os lançou é uma forma de interação com os familiares.
Dentro de casa, mordedores e comedouros interativos, ossos e bolinhas são brinquedos que ajudam a desestressar e extravasar a ansiedade. Caso contrário, adquirem hábitos destrutivos. A mania de lamber e morder a mão do dono, bastante comum entre os filhotes, deve ser logo reprimida. Para mostrar que é uma atitude pouco educada, basta ao tutor simular um grito de dor e fazer sinais de reprovação para que o cão entenda a “mensagem”.
Coleira indispensável em áreas públicas
Ao ser levado à rua, é aconselhável que o pet esteja usando uma coleira longa. Pit bulls são autoconfiantes e o tutor precisa mostrar a ele quem é o “chefe”. Puxá-lo para perto quando ele avançar além do razoável, é um comando que ele vai encarar como um sinal para esperar por seu dono. Em áreas públicas, a coleira é também uma prevenção de eventuais problemas.
A aprender a conviver desde cedo com pessoas estranhas e outros animais faz com que o pet se torne mais sociável. O pitbull só costuma atacar por medo do desconhecido. Por isso, o hábito de passear deve ser rotineiro para que ele não reaja com agressividade ao ver, por exemplo, uma criança correndo, um idoso apoiado em muletas ou um cão de raça diferente. São situações corriqueiras às quais ele deve se acostumar em seu dia a dia.
Antes de adotar um filhote é importante se certificar se ele foi devidamente imunizado. Aos 15 dias de vida, é aplicada a primeira dose de vermífugo, com reforço 15 dias depois. Ao completar 45 dias de vida, é a vez da vacina V8 ou V10, cuja segunda e terceira doses devem ocorrer, respectivamente, em 30 e 60 dias após a inicial. Com quatro meses, é hora da antirrábica. Manter o calendário de vacinação em dia e marcar consultas periódicas com o veterinário ajudam a prevenir doenças.