Varejo chega a ponto de inflexão digital, aponta relatório
Estudo indica que o setor enfrenta desafios para integrar canais, reduzir dívida técnica e preparar equipes para a era da IA
Estudo indica que o setor enfrenta desafios para integrar canais, reduzir dívida técnica e preparar equipes para a era da IA
por Juliana de Caprio em
O varejo global atravessa um momento decisivo de transformação digital, marcado pela necessidade de integrar operações físicas e digitais, reduzir a complexidade dos sistemas e preparar pessoas para um ambiente cada vez mais orientado por dados.
Esse é o principal diagnóstico do recorte de varejo da segunda edição do Kyndryl Readiness Report, divulgado pela Kyndryl. O estudo ouviu 3.700 executivos em 21 países, incluindo o Brasil, e avaliou o nível de preparo das empresas para lidar com tecnologias como computação em nuvem, inteligência artificial e automação.
Apesar de o e-commerce representar cerca de 20% das vendas globais, mais de 80% do consumo ainda ocorre em lojas físicas, reforçando a importância de estratégias omnicanal mais integradas e eficientes.
Segundo o relatório, 48% dos líderes do varejo realizaram upgrades de infraestrutura de TI no último ano, mas muitos ainda convivem com altos níveis de dívida técnica, que dificultam a agilidade operacional e a inovação.
A fragmentação dos sistemas omnicanal aparece como um dos principais entraves ao concluir que apenas 15% dos executivos afirmam explorar plenamente o potencial dessas plataformas.
A Kyndryl aponta que 2026 tende a marcar uma “volta ao básico” no setor, com foco em precisão de inventário, racionalização de portfólio e maior eficiência nas operações de loja. Esse movimento sinaliza o fim do chamado “varejo Frankenstein”, caracterizado por soluções desconectadas e processos manuais.
A inteligência artificial surge como um dos principais vetores de transformação. De acordo com o estudo, 89% dos líderes acreditam que a IA irá modificar profundamente funções e responsabilidades nos próximos 12 meses.
A chamada IA agentic, capaz de atuar de forma autônoma dentro de modelos de governança, desponta como alternativa para integrar dados e melhorar previsões em áreas como compras, análise e gestão de lojas.
Outro ponto de atenção é a estratégia de nuvem, 64% dos varejistas estão revisando seus modelos de cloud computing diante de pressões regulatórias e geopolíticas. Mais da metade reconhece ter chegado ao ambiente atual de nuvem sem planejamento estruturado.
Para a Kyndryl, o futuro do varejo depende do alinhamento entre tecnologia, processos e pessoas, com mudanças culturais e capacitação profissional sendo tão importantes quanto os investimentos tecnológicos.
Estudante de jornalismo da Faculdade Cásper Líbero, produz notícias do setor e para as seções Lançamentos e Vaivém.
Juliana de Caprio possui 111 conteúdos publicados no Panorama Pet&Vet. Confira!
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