Com a possibilidade de um aumento nos impostos de exportação, o mercado pet argentino vive um momento de incerteza. As informações são do Pet Food Industry.
O plano para elevar os tributos é liderado pelo ministro da economia Luis Caputo. Caso a medida saia do papel, as taxas de exportação de alguns grãos podem saltar dos atuais 4,5% para 15% – porcentagem três vezes maior.
Tentando superar uma grave crise econômica, o governo de Javier Milei argumenta que essa estratégia é necessária para rever ou ao menos amenizar a situação.
Mudança diminuiria competitividade do mercado pet argentino
Um dos principais impactos da mudança para o setor de pet food da Argentina seria o enfraquecimento frente a outros fornecedores de matéria-prima no mercado internacional.
Para se ter uma ideia da representatividade desse canal no país, no ano retrasado, 112 mil toneladas foram exportadas. Para tentar evitar o impacto em um mercado tão importante para a economia portenha, a Câmara de Companhias de Nutrição Animal (CAENA) negocia com o governo a retirada do setor da lista daqueles que sofreriam tal acréscimo.
A Câmara alega que, com menos fôlego para competir internacionalmente, o reflexo financeiro seria sentido dentro do país. Sem conseguir competir, a produção se enfraqueceria. Esse efeito dominó geraria uma taxa de desemprego ainda maior no país.
Atualmente, o projeto aguarda a aprovação do Poder Legislativo.
Impostos também foram dor de cabeça por aqui
A indústria de nutrição animal brasileira também teve dor de cabeça com a possibilidade de um aumento de impostos. No ano passado, o governo de Minas Gerais flertou com considerar rações “produtos supérfluos”.
Com a péssima repercussão entre tutores e empreendedores da área, ao sancionar o Projeto de Lei 1295/2023, o governador Romeu Zema (Novo-MG), aprovou o texto que não contava com a menção aos alimentos para animais.
A proposta ampliava em 2% a alíquota de ICMS para produtos considerados supérfluos. O projeto de lei teve autoria do deputado estadual Noraldino Júnior (PSB-MG), com apoio técnico e institucional de entidades da sociedade civil e associações setoriais como a Abinpet.
Com a aprovação, a carga tributária sobre rações permanece em 25%. É a primeira decisão do gênero em nível nacional.
Produção de rações vive viés de alta
De acordo com o Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação Animal (Sindirações), a produção geral de rações cresceu 2% no ano, enquanto a alimentação específica para os pets teve incrementos de 6,3%.
O volume geral de rações produzido em 2023, entre os meses de janeiro e setembro, totalizou 62,6 milhões de toneladas.
Conheça as principais tendências para o mercado latino
Apesar das particularidades que o mercado de pet food na América Latina tem, as tendências que nortearão o futuro do setor são notáveis em todo o mundo.
Durante o Foro Mascotas 2023, realizado no México, Alberto Trueba, pesquisador e analista de dados da Euromonitor International, apontou quais são as três principais tendências para o mercado na região.