O gato persa é facilmente reconhecível pela farta, longa e sedosa pelagem que se avoluma ainda mais ao redor do pescoço. O padrão da raça tem ainda como características a cabeça grande e redonda, as orelhas pequenas, os olhos arredondados e o nariz curto com focinho achatado. O corpo também é curto, mas musculoso, e as patas são fortes.
O nome da raça provém da região de origem. Surgiu na Pérsia, atual Irã, e foi levado para a Europa, no século 17, por um comerciante italiano. Na Inglaterra, conquistou a simpatia da rainha Vitória, monarca que assumiu o trono do Reino Unido aos 18 anos e que tinha exemplares da raça. Assim, o bichano se tornou bastante popular entre membros da aristocracia inglesa.
Soneca prolongada é rotina para gato persa
Ainda no continente europeu, após diversos cruzamentos, chegou-se ao felino de hoje, uma mistura do persa com o angorá. A partir de então, ele começou a ser exportado para os Estados Unidos, já no século 20, ganhando ainda mais fama. A raça é reconhecida oficialmente por órgãos como a Cat Fanciers’ Association (CFA) e a The International Cat Association (TICA).
Calmos e quietos, diferem de seus pares de outras raças, mais agitados e enérgicos. Gostam de brincar e passear com os tutores, mas o passatempo preferido é relaxar. Podem chegar a dormir até 18 horas diárias e seu legítimo representante é o gato Garfield, dos quadrinhos, em que aparece, não raro, refestelado em uma caminha com o semblante sonolento. Pular e escalar móveis está fora de cogitação e há momentos em que não se mostram dispostos a brincar.
Lar doce lar
Bastante caseiros, ficam estressados se estão fora do ambiente habitual, o que os tornam facilmente irritadiços. Tutores devem avaliar se vale a pena levá-los juntos a lugares que não conhecem ou em viagens de férias. Nessas ocasiões, a contratação temporária de cuidadores é uma opção a ser considerada enquanto os donos estiverem ausentes.
Obedientes e educados, eles se adaptam a espaços pequenos e, para quem vive em apartamento, é um parceiro ideal. Não costumam miar e quando o fazem é com discrição. A tendência ao sedentarismo, traço comum à raça, precisa ser afastada logo cedo. Estimular o pet física e mentalmente desde filhote também ajuda a evitar a obesidade e melhorar a cognição.
Há uma série de truques para despertar a curiosidade do animal e incentivá-lo a brincar. Um dos mais corriqueiros é esconder objetos pela casa para que ele os descubra. Outro chamariz é mostrar um petisco e depois tirá-lo da vista do pet, o que vai atiçar seu instinto de caça. E uma “isca” infalível são peixes de brinquedo, feitos de algodão e revestidos de veludo. Semelhante ao peixe real, inclusive na estampa, alguns modelos eletrônicos deslizam no chão e se balançam. É diversão garantida.
Sombra e água fresca
De porte médio a grande, os gatos persas têm altura média de 20 cm a 30 cm e o peso varia de 4 kg a 8 kg. Eles podem viver até 20 anos. A abundante pelagem, às vezes, causa a impressão de que são maiores. Os pelos se apresentam nas cores branco, preto, cinza, azul e laranja, em tons sólidos, malhados, degradê e multicor. Eles devem ser escovados diariamente para que não embaracem. O hábito não evita a formação de nós, que podem ser eliminados com tesoura.
A dieta com ração úmida é a mais adequada pois a absorção de água é fundamental para que se mantenham hidratados. A raça é propensa a desenvolver a doença renal policística (cisto nos rins). A instalação de um bebedouro com fonte contínua de água fresca contribui para minimizar os riscos. Temperaturas elevadas também são motivos de incômodo. Inimigos do calor, preferem ambientes mais frescos, se possível com ar-condicionado.
Alteração anatômica
O focinho achatado, característica de animais braquicefálicos, prejudica a passagem de ar pelas narinas e favorece o aparecimento de problemas respiratórios. Esta é uma condição em que alterações na anatomia do crânio interferem ainda no maxilar superior, mais encurtado. Em consequência, os dentes ficam desalinhados, facilitando o acúmulo de tártaro. Os olhos também estão suscetíveis a inflamações devido à baixa produção de lágrimas.
Consultas veterinárias periódicas são vitais não só para acompanhar o estado clínico do pet, como para tratar de disfunções a que estão sujeitos. Os cuidados básicos incluem ainda manter em dia a carteira de vacinação e vermifugação e reforçar práticas para garantir qualidade de vida ao animal de estimação.