Fusão da Petz e Cobasi será destaque do Cade no 2º semestre
Processo precisa ser concluído até 3 de janeiro do próximo ano


A fusão da Petz e Cobasi será um dos principais temas em análise pelo tribunal do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) no segundo semestre deste ano. Além da operação que une duas das maiores varejistas do setor pet, o órgão também vai avaliar a fusão entre as gigantes do setor de carnes Marfrig e BRF.
Segundo informações do Consultor Jurídico, o processo foi distribuído ao conselheiro José Levi Mello do Amaral Júnior no final de junho e precisa ser concluído até 3 de janeiro de 2026.
Ambos os casos chegaram ao tribunal em razão de recursos apresentados por terceiros interessados contra decisões da Superintendência-Geral (SG). No mercado pet, a contestação foi feita pela Petlove. A área técnica do Cade havia aprovado a operação entre Petz e Cobasi, sem restrições, no dia 3 de junho.
Fusão entre Petz e Cobasi sofre contestações de diversas áreas do setor
Terceira maior rede do mercado pet, a Petlove argumenta que a nova companhia terá um poder desproporcional na negociação com fornecedores, podendo dificultar ainda mais a competitividade dos pet shops independentes.
Ao Panorama PetVet, Marcio Waldman, fundador da empresa e que atualmente integra o conselho de administração da companhia, declarou que a fusão é um movimento contrário à democratização de produtos e serviços pets.
“Você acaba elitizando o acesso. Temos receio quanto à saúde dos pequenos empreendedores, pet shops de bairro e médicos veterinários após essa união. Precisamos de um mercado saudável, sem reservas ou concentração excessiva de poder”, analisa.
As possíveis implicações da fusão entre Petz e Cobasi também levaram a uma reação contundente da Associação Nacional dos Distribuidores Pet (Andipet), que representa mais de 60 empresas em todo o território nacional.
A entidade lançou, em julho, um manifesto público sobre o tema e alertou para os potenciais riscos que a operação representa à livre concorrência, à diversidade empresarial e ao equilíbrio entre os agentes do mercado pet. Também entende que esse movimento pode gerar uma concentração de mercado prejudicial a distribuidores regionais, clínicas veterinárias e pet shops independentes, que hoje compõem a base do mercado.