A doença renal crônica (DRC) é uma patologia muito preocupante para a saúde de cães e gatos, que os acomete em considerável quantidade todos os anos ao redor do mundo inteiro. De forma silenciosa e continua, é uma doença que se desenvolve no organismo do bichinho afetando a capacidade funcional dos rins, e, para piorar, tem os sintomas visíveis somente quando boa parte do rim já foi prejudicado. A boa notícia é que, com diagnóstico precoce e tratamento adequado é possível que o pet continue a desfrutar de uma boa qualidade de vida.
Detecção precoce da doença renal crônica em pets
O professor do curso de medicina veterinária do Centro Universitário de Brasília (CEUB) Bruno Alvarenga alerta sobre os cuidados, prevenção, tratamento e mais sobre a doença renal crônica. Segundo ele, a detecção precoce da DRC é fundamental para o sucesso do tratamento, e os pets devem manter anualmente exames regulares e monitoramento da saúde. “A doença renal crônica em estágios iniciais é totalmente silenciosa, por isso é necessária a prevenção. Quando presente, dentre sinais que podem indicar que há algo errado estão o aumento da ingestão de água e do volume de urina. Mas geralmente são em momentos de extrema desidratação que ocorrem as injúrias renais”, conta o especialista.
Gatos tem mais facilidade para desenvolver doença renal crônica
Alvarenga conta também que os felinos desenvolvem mais facilmente a doença, já que por conta da domesticação eles tiveram significativa redução no volume de água ingerida. “Enquanto animal selvagem, os felinos caçavam presas com pelo menos 70% de água. Dentro de casa, os gatos comem ração, que tem mais ou menos 10% do teor de umidade. Para garantir a hidratação dos gatinhos, o ideal é dar ração úmida e disponibilizar fontes e potes de água pela casa”, afirma.
Exame de urina para monitorar a DRC
É muito importante também que, caso o animal pare de se hidratar conforme o recomendado, algumas questões sejam observadas. “O exame de urina é um dos principais meios e mais baratos para identificação de problemas renais e para monitorar a DRC, pelo material ser o produto principal do rim. Entretanto o rim tem muitas funções, que vão além de produzir urina, como estimular a produção de hemácias, atuar no controle da pressão arterial e no nível de diversos eletrólitos”, salienta o veterinário.
Estresse é desencadeador da doença renal crônica
É fato que o estresse não faz bem para a saúde de nenhum ser vivo, seja para humanos ou em cães e gatos. E não é diferente nesse caso, e Bruno Alvarenga também explicou um pouco sobre a desordem que pode ser despertada na mente dos pets em pequenas ações: “A troca de ração, uma pessoa a mais, uma pessoa a menos, o barulho de uma obra podem desencadear a diminuição na ingestão de água e alimentação no pet, causando problemas renais”.
Medidas de prevenção
Para evitar que seu pet contraia a doença renal crônica é necessário adotar algumas simples mudanças habituais. O mais necessário para evitar a DRC é garantir uma boa hidratação, o que varia de acordo com o manejo do tutor. Segundo o especialista do Centro Universitário de Brasília (CEUB), se um pet ingere um alimento natural, uma boa parte da água que ele precisa já estará inclusa na comida. Porém, os cães e gatos que se alimentam de rações secas, devem tomar mais água ainda do pote a fim de evitar a doença nos rins. Basicamente, os animais de estimação precisam tomar água pura e aquela natural dos alimentos, em média que seja 100ml por quilo.
Tratamento da DRC em pets
O tratamento de um animal de estimação diagnosticado com doença renal crônica ou qualquer outra doença deve se passar, inicialmente, por um médico veterinário de confiança. Alvarenga finaliza afirmando que “Por mais que amemos os animais como filhos, não podemos cuidar deles como humanos, devendo respeitar as limitações e metabolismo de cada espécie. E ainda por vezes quando os animais não estão bem, é comum sentir vontade de medica-los, porem além de nem todas as medicações poderem ser feitas em uma espécie, estas podem ser nefrotóxicas e se administradas em um paciente renal pode expô-lo a riscos maiores”.